Na semana passada, o Governo da Bahia decepcionou os planos da Lecar, empresa brasileira de carros elétricos, com sede em Barueri, interior de São Paulo (SP), após confirmar a venda do antigo complexo industrial que pertenceu à Ford entre 2001 e 2021 em Camaçari (BA) para BYD.
Apesar da possibilidade de recursos judiciais, a empresa decidiu não recorrer da decisão. “Nossos advogados alertaram para a lentidão dessa ação e, como não podemos atrasar nossos planos de entregar carros elétricos feitos por brasileiros para brasileiros, desistimos de Camaçari para não atrasar o Brasil”, aponta o fundador da Lecar, Flávio Figueiredo Assis.
A empresa, que está em fase de finalização do protótipo do LECAR Modelo 459, um coupé com 400 km de autonomia e preço estimado de R$ 279 mil, busca um local para instalar sua primeira fábrica na região de Caxias do Sul, em Rio Grande do Sul, por ser um importante pólo da indústria automobilística no Brasil.
Em Camaçari, a empresa planejava instalar sua segunda fábrica, focada em uma versão popular, no valor de R$ 100 mil e 300km de autonomia. Agora, Lecar busca um novo endereço.
“Precisamos de aprender com os erros do passado para não termos novas histórias onde as empresas estrangeiras são recebidas com tapete vermelho e as empresas nacionais são deixadas à própria sorte”, disse o empresário, que lamentou a falta de incentivos às empresas nacionais .
Após negação, Lecar mira fábrica de baterias elétricas
Segundo estudos da Lecar, é possível desenvolver não só uma montadora de automóveis, mas também uma fábrica de baterias elétricas no país.
Apesar da negativa de Camaçari, a empresa ressalta que não desistirá do país.
“O Brasil possui 93% dos minerais que compõem as células das baterias de lítio. Além de sermos autossuficientes, podemos nos tornar uma grande referência no mercado global de veículos elétricos”, destaca Assis.
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