Dois altos funcionários das Nações Unidas pediram nesta terça-feira (23) ao Reino Unido que reconsidere sua planeja deportar imigrantes para Ruanda, alertando que a medida teria um impacto negativo nos direitos humanos e na proteção dos refugiados.
Numa declaração conjunta, Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, e Volker Turk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, apelaram ao Reino Unido para, em vez de transferir requerentes de asilo para o país africano, tomar medidas práticas para abordar os fluxos irregulares de migrantes e refugiados.
Falando em nome de Turk numa conferência de imprensa da ONU em Genebra, a porta-voz Ravina Shamdasani disse que a legislação “mina seriamente o Estado de direito no Reino Unido e estabelece um precedente perigoso a nível global”.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu nesta segunda-feira (22) começar a enviar candidatos asilo para Ruanda dentro de 10 a 12 semanas, quando a Câmara Alta do Parlamento aprovou uma legislação que foi adiada por semanas devido a tentativas de alterar o plano.
Outros países estão a considerar medidas duras para conter a migração ilegal, com a Itália a planear construir campos de acolhimento na Albânia para milhares de migrantes que chegam por mar.
O porta-voz do ACNUR, Matthew Saltmarsh, disse que foi “um dia negro para os direitos dos refugiados”.
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