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Vale recentemente teve sua ação rebaixada pelo BTG Pactual (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

O futuro da gestão Vale (VALE3) permanece indefinido. O conselho de administração da companhia de mineração ainda não tomou uma decisão sobre renovar ou não o mandato do seu atual CEO, Eduardo Bartolomeumostra nota divulgada nesta quinta-feira (7).

A Vale afirmou que o conselho conduz “com diligência” as discussões envolvendo o cargo de presidente da empresa, “cumprindo rigorosamente o Estatuto Social e as políticas corporativas aplicáveis”. A nota divulgada esta tarde esclarece notícias que mencionam a possível sucessão à presidência com apoio de consultoria externa.

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Recentemente, circulou na imprensa que Walter Schalka, deixando Suzano (SUZB3), era investigado para assumir o comando da Vale. Ó Valor Econômico apurou que o executivo seria considerado para o cargo, caso o conselho optasse pela abertura de processo concursal, com indicação de três nomes para sucessão.

Schalka permanecerá como presidente da Suzano até 1º de julho deste ano. O conselho de administração da empresa de papel e celulose informou que a Schalka será oportunamente indicada para eleição para o conselho de administração.

Também será eleito ou reeleito na primeira reunião do conselho de administração a ser realizada após a assembleia geral ordinária para integrar os seguintes comitês de assessoramento ao conselho de administração: Estratégia e Inovação; Sustentabilidade; Gestão e Finanças; e Comitê de Pessoas.

O relatório do Valentia levantou que outro nome possível, além de Schalka, para o processo competitivo é Luís Guimarães, de Cosan (CSAN3).

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Riscos do lado micro e um “rebaixamento tardio” da VALE3

Até então construtivo com a Vale, o BTG Pactual esta semana rebaixou a recomendação para as ações da empresa para “neutra”, de olho na “forte deterioração” do cenário para a tese.

Na opinião do banco, os riscos do lado micro, incluindo a incerteza sobre a recondução de Bartolomeo como CEO, aumentaram recentemente e pressionaram a geração de fluxo de caixa e o potencial de dividendos da mineradora. Os analistas acreditam que estes riscos não foram totalmente avaliados pelo mercado.

“Há uma clara divisão entre os conselheiros em relação aos rumos futuros da companhia, o que acreditamos ser preocupante para uma companhia com tantos desafios pela frente”, afirmam Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, da equipe de análise do BTG, em relatório publicado no Terça-feira (5).

Os analistas entendem que, desta vez, a culpa não é do minério de ferro. Além disso, com o nível que a Vale deve consumir caixa para fazer face às provisões para Samarco e Brumadinhocria-se um debate sobre a empresa ser realmente barata.

“Calculamos rendimentos de fluxo de caixa (rendimento de fluxo de caixa, pós-provisões) de 9-10%, o que acreditamos não ser (alto) suficiente para compensar todos esses riscos”, comenta a instituição.

O BTG vê a Vale sendo negociada perto de 4,3 vezes o EBITDA para 2024, um desconto de 15-20% em relação aos pares australianos que parece justificado, considerando o maior risco político e o nível de redução do fluxo de caixa.

Segundo o banco, as ações agora parecem mais uma “armadilha de valor” do que uma oportunidade atraente.

“Em suma, há melhor valor noutras partes da indústria mineira global e outras histórias nacionais com geração de caixa muito melhor (rendimentos de dividendos projetados para 2024 em 10% ou mais”, acrescenta.

Além da nova recomendação neutra, o banco reduziu o preço alvo do VALE3, de R$ 96 anteriormente para R$ 77.

Em um relatório de atualização do mineração e açoa Ativar investimentos, mencionando também riscos de sucessão presidencial e novas disposições, reforçou a postura neutra em relação à Vale. Tais riscos impediram maiores voos de papel, diz ele.

Procurado por Tempos de dinheiro, a empresa não comentou até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para posicionamento.

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