(Imagem: Unsplash/@federicorespini)

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A cobertura agrícola nos Estados Unidos é mais de 20 vezes maior que a do Brasil; O que precisa mudar no seguro rural? (Imagem: Unsplash/@federicorespini)

Ó seguro rural domina as preocupações produtor rural colheita após colheita, além das mais diversas questões que já trazem incertezas à atividade no Brasil.

Nos últimos ciclos, os agricultores brasileiros tiveram que estar ainda mais atentos aos diversos fenômenos climáticos sob influência do planeta.

Vinicius Matheus Cerqueira, consultor de agronegócio e especialista em seguros rurais em Sicoob (Sistema Cooperativo Financeiro Brasileiro) destaca que 2024 é um ano “atípico”, pois as duas últimas safras foram fortemente influenciadas pelo A garotafenômeno caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, o oposto do que ocorre com o O menino.

“Isso trouxe uma série de inconsistências nas nossas colheitas recentes, e com a chegada do El Niño no ano passado, o início de 2024 foi muito turbulento, com chuvas excessivas e secas em locais onde isso não deveria ser visto, que pegou a população rural surpreendeu os produtores e provocou diversos acidentes e quebras de safra, com atrasos na entressafra. Como instituição financeira, vimos muitos pedidos de renegociação e prorrogação de dívidas“, ele diz.

O consultor destaca que o seguro rural tem ganhado cada vez mais importância como mecanismo de proteção. “É uma proteção dupla, tanto da instituição financeira, do crédito, e principalmente do produtor rural no que diz respeito às suas lavouras, pecuária, máquinas e equipamentos”, afirma.

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Falta de cobertura nas lavouras brasileiras

O especialista do Sicoob vê o modelo de seguro rural como algo que poderia ser diferente. “O Brasil, como instrumento de política agrícola, aposta no crédito, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, aposta nos seguros. Portanto, em 2022, tinham quase 200 milhões de hectares protegidos, enquanto nós tínhamos cerca de 17 milhões“, Explicar.

A A cobertura do seguro rural no Brasil gira em torno de 15% – 20% de proteção. “Esse número, ultrapassando 50%, traz muito mais segurança ao ecossistema, uma vez que o produtor descoberto em relação ao seguro poderá sofrer prejuízos financeiros, não conseguindo honrar seus compromissos, desperdiçando seus ativos e não conseguindo aplicar os recursos e tecnologias que seus a agricultura exige e que ele mesmo espera”, ressalta.

“Quando financiamos uma lavoura sempre incentivamos que ela proteja toda a área produtiva, pois mesmo com metade da cobertura ainda há riscos muito grandes”, completa.

O consultor destaca ainda que as seguradoras acompanham de perto as atualizações da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), serviço climático norte-americano, o que ajuda a proporcionar maior previsibilidade em relação a possíveis cenários.

Gargalos de infraestrutura e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)

Cerqueira considera que o desafio é ainda maior quando se trata de a infraestrutura.

“Vemos ano após ano cenas lamentáveis ​​de milho ‘armazenado’ a céu aberto, coisa que não deveria existir, e por mais que se invista em linhas do BNDES para armazéns, dá para perceber que a demanda é muito maior. E a partir desse cenário falta um tipo de produto, proteção ao produtor rural”, avalia.

Em 18 anos, desde o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) foi implementado, os recursos cresceram mais de 265 vezes, em 26.463%, segundo estudo da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg).

“Em 2023, tínhamos cerca de R$ 930 milhões para o PSR, e quando falamos do Sicoob, de todas as apólices contempladas, cerca de 31% tinham subsídio. Sempre há espaço para mais recursos de crédito rural, devido à grande demanda do setor, mas entendemos que o governo trabalha com o que é possível”, finaliza.

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