MERCADO LIVRE


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Maha Energy propõe a união dos ativos de 3R Petroleum e PetroReconcavo (Imagem: Divulgação 3R Petroleum/PetroReconcavo)

As ações de 3R Petroleum e PetroReconcavo disparam no pregão desta quinta-feira (18), após a Maha Energy propor a união dos ativos das companhias. Às 10h35, RRRP3 saltava 14,69%, cotada a R$ 31,31, enquanto RECV3 subia 17,29%, a R$ 24,15.

A potencial fusão geraria US$ 1,1 bilhão em sinergias, segundo o Brazil Journal. A operação criaria uma empresa com 600 milhões de barris de reserva, valor de mercado de R$ 12 bilhões e uma produção diária de 70 mil barris de petróleo.

Na prática, os acionistas da 3R receberiam uma ação da PetroReconcavo por cada ação detida. A 3R permaneceria listada, mas apenas com os ativos offshore, campos de Papa Terra e Peroá.

Hoje, a 3R confirmou o recebimento da carta da Maha e afirmou que irá analisar o conteúdo, adiantando que manterá sua atual estratégia de negócios. A PetroReconcavo disse que ainda não recebeu qualquer proposta.

Segundo os analistas, a combinação de negócios seria benéfica para ambas as partes, uma vez que a oportunidade de gerir uma operação maior e mais eficiente é óbvia.

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União entre 3R Petroleum e PetroReconcavo é positiva?

A análise do Bradesco BBI, a fusão entre 3R Petroleum e PetroReconcavo “faz todo o sentido”. Os analistas veem muitas sinergias potenciais e a  companhia  resultante  do  acordo  (newco)  executando  uma  operação mais rigorosa e eficiente.

O valor presente líquido (VPL) previsto de sinergias é de aproximadamente US$ 48 por barril corrente,. No  entanto,  para o BBI, parece  discutível,  pois é “muito mais alto do que transações recentes”. “O principal obstáculo aos termos propostos deveria ser a  avaliação”, dizem.

“Os múltiplos implícitos parecem favorecer os acionistas da 3R, e prevemos intensas discussões de ambos os lados que argumentariam a favor dos seus respectivos  ativos”, avaliam.

Já os analistas do BTG Pactual avaliam que, após o processo de desinvestimento por parte da Petrobras, onde ativos maduros foram vendidos a vários players privados, a consolidação de 3R e PetroReconcavo é um processo natural.

“A maior escala ajudará na redução de custos e no aumento da eficiência operacional”, dizem.

Operação ganha-ganha

Na análise do BTG, trata-se de uma operação ganha-ganha — ou seja, aborda duas das principais resistências tanto de 3R quanto de PetroReconcavo.

Para 3R, reduz significativamente o índice de alavancagem, custos totais de caixa e traz mais confiança de que um aumento de capital não será necessário no curto prazo, avaliam.

Já para PetroReconcavo, elimina um grande gargalo operacional no Estado do Rio Grande do Norte, onde a produção estava sendo limitada devido à falta de melhores condições de acesso aos principais ativos intermediários/downstream detidos pela 3R.

“Devido à grande proximidade dos portfólios, muitas outras oportunidades vêm à mente para a nova empresa: redução de custos logísticos, melhor capacidade de negociação com fornecedores, otimização na utilização de plataformas, melhores condições de precificação de P&G”, ressaltam.

Vale comprar RRRP3? E RECV3?

Para o BTG, dependendo da evolução da possível fusão entre 3R e PetroReconcavo, a disposição do mercado para pagar pela geração mais robusta de fluxo de caixa esperada para a nova empresa a partir de 2025 aumentará.

Isso permitirá que as ações iniciem um processo de expansão de múltiplo mais rápido, avaliam os analistas.

“As ações RRRP e RECV deverão ganhar maior momentum e, dada a falta de muitas alternativas líquidas no mercado, não ficaríamos surpresos se ambas tivessem um desempenho forte nos próximos dias”, dizem.

Os analistas têm uma posição mais cautelosa em relação aos preços do petróleo, uma vez que oferta e demanda globais estão claramente menos restritiva do que previsto.

Ainda assim, eles acreditam que a assimetria de preços é ascendente, o que pode proporcionar um impulso extra para  as ações no curto prazo.



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