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Os Três Poderes tiveram um prejuízo superior a R$ 16 milhões após os ataques de 8 de janeiro de 2023, segundo levantamento da CNN. O valor total, porém, é ainda maior porque algumas das instituições não conseguem mensurar o valor gasto com restaurações, por exemplo.

Entre os itens que foram danificados, estão objetos, instalações e obras de arte dos prédios.

Entretanto, apesar de passado um ano desde os atos, alguns itens ainda não foram recuperados, como o relógio Balthasar Martinot Boulle, do Século 17, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI em 1808.

A escultura “The Pearl”, “A perola”, presenteada em 2019 pelo ministro das Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro do Catar ao então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, está desaparecida. Seu valor é estimado em R$ 5.000.

Confira os valores gastos por cada um dos Poderes após os ataques:

  • Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 12 milhões
  • Câmara dos Deputados: R$ 2,7 milhões
  • Senado Federal: R$ 1,3 milhão
  • Palácio do Planalto: R$ 297 mil

Veja, a seguir, o que foi feito por cada instituição:

STF

No Supremo Tribunal Federal (STF), a destruição do edifício causou um prejuízo de R$ 8,6 milhões. Foram 951 itens furtados, quebrados ou completamente destruídos.

A reconstrução do plenário da Corte, com a troca de carpetes, cortinas e demais itens, custou R$ 3,4 milhões.

Foram restaurados 116 itens até o momento:

  • 22 esculturas (entre bustos, estatuetas, Crucifixo do Plenário e Estátua da Justiça);
  • 21 telas e tapeçarias;
  • 4 galerias de retratos (Galeria de ministros, de presidentes, de diretores-gerais e secretários-gerais);
  • 19 objetos (lustres, Brasão da República, vasos);
  • 50 itens de mobiliário (cadeiras, mesas, móvel expositor da Constituição, etc).
  • Foi necessária a substituição de 4 telas do fotógrafo Sebastião Salgado.
Prédio do STF vandalizado após os ataques do 8 de janeiro
Prédio do STF vandalizado após os ataques do 8 de janeiro / Andressa Anholete/Getty Images

De acordo com o STF, não há como precisar os custos das restaurações pelo trabalho ter sido realizado por servidores e colaboradores terceirizados.

Para as reformas, foram utilizados materiais que estavam no estoque da Corte, além de outros que foram conseguidos gratuitamente em parcerias ou em aquisições ao longo do último ano.

Itens que não foram restaurados

Há três espelhos e nove cadeiras do STF que não tiveram a restauração concluída pela falta de material específico, que ainda está sendo adquirido.

Outros 15 itens, entre vasos e mobiliários, estão passando por estudos por terem maiores avarias. Está sendo decidida a definição da técnica apropriada e dos materiais que serão utilizados.

Além disso, 106 itens históricos, como esculturas e móveis, não puderam ser restaurados e nem repostos.

Câmara dos Deputados

Manifestantes antidemocráticos em frente à Câmara
Manifestantes antidemocráticos em frente à Câmara / Lucas Neves/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Na Câmara dos Deputados, o valor total de reparos, reposições e indenizações foi de R$ 2,7 milhões.

Manutenção de imóvel

O valor para reparo de persianas, em sistemas elétricos e hidráulicos, de detecção de incêndio, além da substituição de vidros e carpetes, ficou orçado em R$ 1,2 milhão.

Bens patrimoniais

Outros 48 bens patrimoniais foram avariados, como mobiliário, computadores, telefones, monitores de vídeo, capacetes. Já 16 objetos estão desaparecidos, como capacetes, escudos e máscaras contra gases.

Os itens, que ficavam nas lideranças do PT, PSDB, MDB, na Diretoria-Geral, no corredor das lideranças, no colégio dos líderes, no corredor de acesso ao plenário, no Salão Verde e no Museu, tiveram a restauração no valor de R$ 74,3 mil.

Bens culturais

No Centro de Documentação e Informação, 68 bens do acervo cultural da Câmara, como pinturas, esculturas, presentes, painéis, foram danificados, com o valor do restauro ficando em R$ 1,4 milhão.

Veja a relação de bens:

Na Diretoria Executiva de Comunicação e Mídias Digitais, há 14 itens entre os que podem ser reparados e que estão desaparecidos. O custo total é de R$ 32 mil.  Entre eles estão:

No Senado Federal, a recuperação dos bens de museu custou R$ 483 mil.

Entre os itens danificados, estão pinturas a óleo de ex-presidentes da Casa, como José Sarney, Ramez Tebet e Renan Calheiros. A recuperação de cada obra custou R$ 9.970.

Já os que mais custaram, foram um quadro do “Ato de Assinatura da Primeira Constituição” do artista Gustavo Hastoy, que ainda não foi restaurado, e tem custo previsto de R$ 800 mil; e a tapeçaria do artista Roberto Burle Marx, custando R$ 250 mil, que já foi entregue; e o painel do artista Athos Bulcão, de R$ 143,6 mil, que deve retornar à Casa neste ano.

As obras e serviços para recuperação do prédio teve o custo de R$ 889 mil.

No Palácio do Planalto, os custos prediais totais foram de R$ 297,7 mil.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) explica que a Presidência mantém contratos de manutenção predial corretiva e preventiva de caráter contínuo, com a maior parte dos serviços de engenharia sendo realizados internamente.

Na última sexta-feira (5), um laboratório passou a operar no Palácio da Alvorada para a revitalização e recuperação de obras de patrimônio público da Presidência da República.

O processo de restauro das obras artísticas acontece após um acordo de cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que assumiu todos os custos, de acordo com Rogério Carvalho, curador dos palácios presidenciais.

Os trabalhos estão sendo conduzidos por uma equipe de 10 restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Foi produzido pelo órgão laudos sobre a conservação de bens danificados, em especial os seguintes itens:

As obras “Escultura de Ferro” de Amilcar de Castro, “A Marquesa em Metal e Palha”, de Anna Maria Niemeyer, e a “mesa-vitrine” de Sérgio Rodrigues receberam tratamento das equipes da diretoria de Engenharia e Patrimônio/Secretaria-Geral e da Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais.

O relógio Balthasar Martinot Boulle, do Século 17, e a caixa de André Boulle, destruídos durante os atos de vandalismo, serão revitalizados a partir de um Acordo de Cooperação Técnica formalizado com a Embaixada da Suíça no Brasil.

De acordo com o órgão, os acontecimentos “despertaram profunda emoção na Suíça, assim como forte solidariedade com as instituições e a democracia brasileira. A Embaixada da Suíça em Brasília apresentou à Presidência da República uma iniciativa de restauração do patrimônio, parte fundamental da identidade e da memória do país”.



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