2024 deve ser mais um ano de crescimento para a economia de SC, apontam perspectivas

Pontes em Florianópolis, cidade que sedia um dos maiores polos de empresas de tecnologia do Brasil (Foto: Tiago Ghizoni, NSC, BD)

Santa Catarina vira a página de 2023 com bons números, apesar das dificuldades inesperadas na economia devido às enchentes recordes de outubro e novembro. Mas 2024 sinaliza que a dinâmica e diversificada economia do Estado deve somar mais um ano de crescimento, com possibilidades de alta acima da média do país.

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O Brasil vai fechar 2023, novamente, com surpresa boa. Começou o ano com projeção de alta de 0,79% do Produto Interno Bruto (PIB) e vai fechar com 3%, impulsionado pelo agronegócio que cresceu 15,5% e os serviços, 2,5%, segundo o Banco Central. O Bolsa Família de R$ 600 e a inflação sob controle também ajudaram.

Para o novo ano, a visão do Banco Central é de que o país vai crescer menos, 1,7%. E a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou 1,8%. Entre as razões apontadas pelo BC para alta menor está o fato de que o país não terá uma supersafra como a de 2022-2023.

Além disso, a indústria nacional não deverá ter crescimento forte porque ainda enfrenta sequelas dos juros altos no Brasil e as commodities exportáveis estão mais baratas.

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Mas o presidente Luíz Inácio Lula da Silva afirmou que a OCDE vai errar mais uma vez e que, novamente, a economia do Brasil vai surpreender com crescimento acima do projetado, acredita ele. Conforme o presidente, as razões para o otimismo estão principalmente nos investimentos do governo em infraestrutura pelo PAC e de mais crédito para empresas.

Em Santa Catarina

A economia nacional é quem puxa as estaduais, mas Santa Catarina tem características próprias que aceleram mais. No começo de 2023, o Estado não teve a alta do agro como o país, mas de janeiro a outubro já registrou crescimento igual ao nacional, de 2,4% acumulado, segundo dados do BC, considerados prévia do PIB.

Um dos diferenciais do Estado são os constantes investimentos anuais, muitos dos quais bilionários. Em 2024, eles virão dos setores privado e público. Entre os projetos privados, está a unidade da Nestlé Purina no Oeste de SC, investimento de R$ 2,5 bilhões que terá a primeira etapa inaugurada em 2024. E a JBS anunciou projetos que somam R$ 194 milhões em duas fábricas de alimentação animal.

O setor privado também foi estimulado com assinaturas de incentivos estaduais de Prodec e Pró-Emprego para projetos que somam R$ 7,8 bilhões nos próximos anos. Além disso, o governador Jorginho Mello deu mais atenção à definição de projetos públicos que serão executados no novo ano. Para investimentos em rodovias no novo ano, o Estado obteve empréstimo federal de R$ 632 milhões.

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A Celesc anunciou investimentos (Capex) de R$ 1,18 bilhão em 2024, principalmente em sistemas de transmissão. A Casan confirmou projetos de R$ 460 milhões em novas obras, mais R$ 280 milhões para uma estação de tratamento em São José e liberação de 100 milhões de euros do Banco Europeu de Investimentos para saneamento.

Apesar as expectativas menos otimistas para o crescimento do Brasil e do mundo (2,7%) segundo a OCDE, um ponto positivo é que a projeção para o petróleo é de preço estável, o que indica menos pressão inflacionária. Com esse cenário, a diversificada economia catarinense, que se destaca na indústria, comércio, serviços e agropecuária, pode crescer acima da média do país em 2024.

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