A Vale (VALE3) reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2024, mostra relatório enviado ao mercado nesta quarta-feira (24), uma queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
O número ficou abaixo do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 1,810 bilhão.
Segundo a empresa, os menores preços de multas minério de ferro, níquel e cobreparcialmente compensado pelos maiores volumes de vendas de minério de ferro e cobre, contribuíram para o número mais fraco.
Os contratos futuros de minério de ferro caíram acentuadamente em 2024, passando dos US$ 144 para os atuais US$ 108.
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A produção de minério de ferro da Vale nos três primeiros meses do ano totalizou 70,84 milhões de toneladas, enquanto as vendas aumentaram 14,7%, para 63,83 milhões de toneladas.
Por outro lado, não foram observados impactos de impairment no primeiro trimestre do ano passado e o efeito positivo da marcação a mercado das debêntures participativas.
O Ebitda, que mede a geração de caixa, conforme esperado pelos analistas, caiu 49% em relação ao quarto trimestre de 2023, para US$ 3,5 bilhões. Na comparação com o ano passado, o indicador caiu 9%.
A margem Ebitda ajustada seguiu a mesma tendência e caiu três pontos percentuais, para 41%.
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A receita líquida de vendas totalizou US$ 8,4 bilhões, estável em relação ao mesmo período do ano passado.
“Começamos bem 2024, impulsionados pelo nosso compromisso com a excelência operacional. No negócio de soluções de minério de ferro, nossas vendas de minério de ferro aumentaram 15% ano a ano, apoiadas por uma forte produção”, comentou Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.
A geração de fluxo de caixa livre foi de US$ 2 bilhões, uma conversão de EBITDA em caixa de 57%, impactada positivamente pelo forte recebimento de vendas no quarto trimestre, destaca a Vale.
Vale: Brumadinho e Mariana
Em outro comunicado, a Vale atualizou suas estimativas de desembolsos anuais relacionado a rompimento das barragens de Brumadinho e Marianaambos em Minas Gerais.
A mineradora estima desembolsar US$ 10,1 bilhões entre 2024 e 2027 com as consequências das tragédias.
A conta considera um taxa de câmbio de R$ 4,9962 por dólar. Segundo a mineradora, os valores são apresentados em termos reais, líquidos de depósitos judiciais e sem desconto a valor presente.
A descaracterização das barragens consumirá entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões por ano neste período, segundo fato relevante divulgado pela Vale. Já o acordos legais de Brumadinho deverá consumir US$ 1 bilhão este ano, e o mesmo valor em 2025.