Limões afectados na Região pela nova praga dos tripes.

Os produtores de citrinos da região de Múrcia lutam há alguns meses contra uma nova praga de tripes “muito agressiva” que já devastou uma parte significativa da colheita de limão desde o final do ano passado. Este pequeno inseto (Scirtothrips dorsalis) apareceu na Comunidade no final de 2023 e propagou-se rapidamente. Seu tratamento com produtos fitossanitários é complexo porque afeta outras espécies que auxiliam no controle biológico nas plantações de forma natural. No entanto, organizações como a COAG Murcia e a interprofissional Ailimpo solicitaram em Março ao Ministério da Agricultura, através do governo regional, autorização excepcional para utilizar um produto eficaz para estas pragas.

A resposta foi negativa. A secretaria do ministro Luis Planas negou o pedido há algumas semanas. A resolução não traz justificativa, mas fontes consultadas apontam que o motivo é porque o limite máximo de resíduos, a concentração máxima permitida em um alimento, é mais limitado do que outros produtos que poderiam ser utilizados. No entanto, o coordenador agrícola denuncia que o mesmo pesticida solicitado para Múrcia, composto à base de ‘espinosade’, foi autorizado para citrinos na Comunidade Valenciana e na Andaluzia.

A autorização foi solicitada devido “à falta de alternativas de controle químico para esta espécie de tripes que, no final de 2023, apareceu de forma abrupta e muito prejudicial às nossas árvores cítricas”, segundo o serviço de Fitossanidade da Comunidade em o seu último relatório sobre o estado das culturas e pragas na Região. A resolução negativa provoca, no caso do limoeiro, uma “clara desvantagem enfrentando o controle desta nova espécie de tripes tão agressiva, que devemos lembrar que também está em quarentena”, o que aumenta o risco de danos. O COAG alerta que laranjas e toranjas também estão sendo afetadas.

Limões afectados na Região pela nova praga dos tripes.

COAG

«Não há critério técnico»

COAG explica que os efeitos do Scirtotrips, assim como outras espécies de tripes que iam combater com o tratamento solicitado, provoca uma série de manchas na casca dos limões que provocam a sua rejeição no mercado. O vice-presidente da Coag Murcia e responsável nacional pelos citrinos na organização, Pedro Gomariz, exigiu que o Ministério reconsiderasse, uma vez que este insecto “está a afectar toda a Região” meses depois de aparecer pela primeira vez e já “manchou muitas colheitas”. ” ».

O Ministério da Agricultura considera que há “arbitrariedade” na concessão de autorizações excepcionais por parte do Ministério, uma vez que outras comunidades receberam aprovação: “Não há nenhum critério técnico ou administrativo” nesta rejeição, apontam fontes consultadas. . O produto para o qual é necessária a aprovação do Ministério teria, para os limoeiros, um limite elevado de resíduos de pesticidas, o que permitiria o tratamento, defende o Ministério.

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