A Vale (VALE3) divulgará sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2024 na próxima terça-feira (16) em meio ao ceticismo do mercado. No ano, a participação acumulou queda de 19% motivada por problemas na escolha do CEO e pela fragilidade do minério de ferro.
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Para o Geniala produção deverá ter um ligeiro aumento, representando um aumento de 1% para minério de ferro finoapesar da desaceleração estimada de 24,5% no trimestre, devido ao efeito sazonal naturalmente ligado às chuvas.
“Em relação às vendas, é importante lembrar que no primeiro trimestre a Vale sofreu grandes dificuldades no embarque de cargas de minério de ferro do sistema Norte, pois houve danos causados pelas fortes chuvas na estrutura do Terminal de Ponta da Madeira (MA)”, ele diz.
Segundo os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, que assinaram o relatório, o terminal ficou fechado por alguns dias para restabelecer as operações e interrompeu o fluxo de embarques, afetando drasticamente o volume de vendas e a qualidade do mix.
“Isso significa que a base anual, em termos de vendas, é mais fraca e deverá ser facilmente superada no primeiro trimestre, dado que este trimestre parece ter passado incólume por grandes perturbações. Esperamos que as vendas sejam de 50,6 Mt, queda de 35,0% no trimestre, mas aumento de 10,3% no ano”, ressaltam.
Para pelotas, analistas consideram que após o comissionamento da barragem de Torto, ocorrido no início do terceiro trimestre, as operações na mina de Brucutu (MG) deverão ajudar a trazer construir (recuperação) da produção e maior volume de vendas anualmente.
Por outro lado, lembre-se, embora a Vale tenha tido um ótimo desempenho na produção de minério de ferro fino no quarto trimestre, ainda é preciso considerar o início do período de sazonalidade mais fraca, onde o período chuvoso já havia começado no trimestre passado .
O verdadeiro revés do primeiro trimestre
Na visão do trio de analistas, porém, o verdadeiro retrocesso no primeiro trimestre será a curva de preços do minério de ferro 62% Fe.
“Ao contrário do que aconteceu no último trimestre, a forte desvalorização de 25% do dólar deverá representar um fator negativo nos resultados da Vale, agravando uma dinâmica de preços mais fraca para marcar uma esperada queda de receita”, explicam.
Analistas lembram que embora o preço médio da referência com 62% Fe neste trimestre não seja muito diferente do último trimestre, com leve queda para US$ 124/t (apenas -3,4% t/t), a diferença está em a tendência observada entre os trimestres, que seguiu vetores opostos.
Enquanto o preço do minério de ferro acelerou fortemente entre o início e o final do quarto trimestre (de US$ 120 para US$ 14), no primeiro trimestre foi o contrário, o preço caiu vorazmente (de US$ 140 para US$ 103/t) .
“Essa dinâmica de vetores opostos provoca uma retração maior no preço realizado devido ao futuro sistema de provisionamento de preços, que jogará contra a Vale no primeiro trimestre”, acrescenta.
Para metais básicos, A Genial acredita que será mais um trimestre desafiador para a precificação do Níquel, devido ao excesso de oferta da Indonésia, que vem pressionando o preço para baixo há algum tempo.
“No entanto, contrariamente a esta tendência, as operações de cobre deverão registar um aumento a/a (tanto para receita como para EBITDA), devido à melhor dinâmica de preços t/t construir de produção a/a”, acrescenta.