Petrobrás

Petrobrás
(Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Petrobrás (PETR3;PETR4) está, mais uma vez, no centro da tempestade. Nos últimos dias, uma série de notícias se entrelaçaram. A primeira é a possível queda do presidente da empresa, João Paulo Prates. Prates comanda a petroleira desde o início do governo Lulaem 2023, e conquistou a confiança do mercado ao administrar a empresa de forma mais pragmática.

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No entanto, as alas do governo ficariam insatisfeitas com o seu desempenho. Em outra frente, crescem as expectativas de que a empresa pague pelo menos parte do dividendos extraordinários. Tudo isso fez com que a ação operasse com forte volatilidade, apesar da alta Petróleo.

Apesar das notícias negativas, a ação conseguiu se segurar e subiu 2,14% nas últimas cinco sessões. Veja abaixo os principais pontos que explicam essa enxurrada, nem sempre positiva, de notícias sobre a Petrobras.

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1 – Entrevista de Alexandre Silveira

Toda a bagunça começou quando Alexandre Silveiraministro de Minas e Energia, admitiu que tinha divergências com Prates em entrevista à Folha de S.Paulo.

Questionado se Prates está fazendo um bom trabalho, Silveira limitou-se a dizer que “deixo a avaliação da gestão do presidente da Petrobras para o presidente da República”.

Na entrevista, Silveira também deixa claro que “não abre mão de sua autoridade nas discussões”.

“No dia em que você abre mão de sua autoridade por um segundo, você nunca mais a recupera. Então, a autoridade que me é delegada — e autoridade não é arrogância — não vou transigir na execução”, afirmou

A entrevista foi suficiente para, no dia seguinte, Prates solicitar uma reunião com Lula para discutir o assunto, segundo a Folha. O jornal chegou para informar que Prates estaria considerando ‘deixar o cargo’ depois de fritar.

Porém, horas depois, Prates negou e ele até zombou disso.

2 – Lutar não é novidade hoje

O desentendimento entre Prates e membros do governo não é novidade e ficou ainda mais evidente após a não distribuição de dividendos extraordinários.

O G1 lembra que houve divergência já em junho do ano passado. Os dois teriam ‘batedo de frente’ em relação ao gás natural injetado pela Petrobras.

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Outras divergências diziam respeito à política de preços da empresa.

Porém, foi com a distribuição de dividendos que o conflito se acirrou. Embora Prates quisesse pagar pelo menos 50% dos dividendos, os membros do governo foram a favor da retenção total dos recursos, o que prevaleceu.

Prates temia, com razão, a reação negativa dos mercados. No dia, as ações caíram mais de 10%.

3 – Dividendos extraordinários da Petrobras

No mesmo dia 4, surgiu a notícia de que a Petrobras poderia pagar 100% dos dividendos. Até o momento, ganha força a versão de que a empresa poderá pagar 50%. Tudo, claro, será decidido na reunião do conselho, que deverá ocorrer no dia 25 de abril.

Nesta sessão, segundo João Abdouni, do Levante Corp.o papel aumentou devido a algumas falas de Fernando Haddad.

Apesar de ter dito que a decisão sobre a distribuição de dividendos extraordinário os acionistas cabem à empresa, o ministro disse que a discussão está bem encaminhada.

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A expectativa é que o ministro defenda o pagamento de pelo menos 50% de dividendos extraordinários, o que ajudará o governo a fechar as contas.

Se pagar 100%, porém, o governo poderá receber R$ 12 bilhões a mais em suas contas até meados do ano.

Esse valor equivale aos 20% que o Tesouro Nacional teria direito como acionista majoritário da Petrobras, e a empresa deve pagar mais de R$ 60 bilhões aos seus acionistas até o final de junho.

4 – Aloizio no campo

Um dos listados para assumir é Aloizio Mercadante, nome avaliado negativamente pelo mercado. Segundo a Reuters, na verdade, comerciante chegou a ligar para o presidente da Petrobras após ser procurado pelo Planalto.

“Os dois conversaram, em tom amigável”, disse uma das fontes.

“A conversa foi ótima entre eles, mas o que ele (comerciante) disse o seguinte: ele não quer ir, mas iria se não pudesse”, acrescentou uma segunda fonte.

“Mercadante é um nome que o mercado entende como pertencente à ala um pouco mais radical do PT. Pelo menos a história política dele mostra isso, o que naturalmente não seria bem visto, bem aceito pelo mercado”, afirma Leandro Petrokas, diretor de pesquisas, mestre em finanças e sócio da Quantzed.

Para ele, Mercadante não é um nome conceituado, não tem capacidade técnica nem política para estar à frente de uma empresa do porte da Petrobras.

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