dividendos felizes

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Hapvida (HAPV3) tem índice de acidentes abaixo de 70% pela primeira vez desde a fusão com a NotreDame Intermédica (Imagem: Divulgação)

A Feliz (HAPV3) relatou seus resultados em relação ao quarto trimestre de 2023 (4T23)com ênfase no queda na taxa de acidentes de caixaque passou de 72,9% no 4T22 para 69,3% agora.

Uma taxa abaixo de 70% pode ser bem recebida pelos analistas. Quando os números do 3T23 foram divulgados, a sinistralidade de 71,9% desagradou o mercado, que esperava que o Hapvida desse sinais claros de que está funcionando para que o indicador voltasse à faixa de 68% (nível pré-Covid) no terceiro trimestre de 2024.

A frustração com a sinistralidade, na época, foi um dos fatores que fez com que as ações da empresa caíssem mais de 15% este anoem comparação com o último pregão do ano passado.

“Estamos muito felizes em reportar pela primeira vez, pós-combinação de negócios, uma sinistralidade abaixo de 70%, uma queda maior do que a sazonalidade deste período indicaria”, afirmou Luccas Adib, vice-presidente de finanças e relações com investidores da Tempos de dinheiro.

“Isso reflete uma mudança de paradigma da empresa entre o 1T e o 2T, em grande parte resultado da nossa estratégia de reajuste de planos que promovemos ao longo de 2023”, acrescentou Adib.

A operadora do plano de saúde também divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 330,5 milhões no quarto trimestre, marcando um crescimento de 104,8% sobre os R$ 161,4 milhões do mesmo período de 2022. Não acumulado desde 2023lucro ajustado alcançado R$ 842,6 milhões, com um aumento de 38,3% em relação ao ano retrasado.

Ó EBITDA ajustadouma importante referência para geração de caixa, cresceu 58,6% entre o 4T22 e o 4T23, para R$ 949,7 milhões. Não no acumulado do anoo aumento foi de 47,6% em relação a 2022, somando R$ 2,9 bilhões.

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Integração ao Hapvida e controle de custos

Guilherme Nahus, diretor de RI da Hapvida, destacou que a empresa já está colhendo os benefícios da fusão com a NotreDame, e destacou que a verticalização e o fortalecimento da rede própria ajudaram a empresa a controlar melhor seus custos.

“Mesmo em um ano desafiador para nós e para o setor como um todo, investimos muito tempo e recursos na desalavancagem, passando por um período de preservação de caixa, e mesmo nesse cenário, continuamos investindo em nossa infraestrutura à medida que avançamos feito há vários anos, o que permitiu crescer nossos índices de verticalização para todos os nossos serviços. Isto ajuda a reduzir ou controlar a taxa de acidentes, embora não seja uma relação diretamente proporcional. Trazer os custos ‘internamente’ nos ajuda a ter um melhor controle de custos”, disse Nahus Tempos de dinheiro.

Para 2024 e 2025, o diretor de RI da empresa destaca que esse processo de integração das empresas adquiridas continua, bem como o aumento da infraestrutura própria.

Ao longo do ano, foram agregadas 17 unidades provenientes da aquisição da HB Saúde e 32 novas unidades distribuídas por todo o Brasil, incluindo 3 novos hospitais em regiões-chave.

“Isto irá ajudar-nos a continuar a trazer o maior número possível destes serviços de saúde internamente, para controlar os custos e especialmente a qualidade do serviço para os beneficiários. Quanto à inflação médica, tivemos reajustes um pouco maiores que o histórico em 2023, também pela inflação médica do setor ser maior que a histórica, mas, em termos relativos, quando comparamos as taxas de reajuste que precisávamos passar, foi algo inferior aos nossos concorrentes”, acrescenta Nahus.

Aumento do ticket médio e pagamento de dividendos

Em relação ao ticket médio da empresa, houve aumento de 10,8%, passando de R$ 231,60 no 4T22 para R$ 256,50 no 4T23. Nahus destaca que esse aumento esteve ligado a um reajuste dos contratos existentes, além de fatores como o mix de novas vendas e distratos.

“Tivemos novos beneficiários, que entraram com ticket médio inferior ao estoque, cobrando preços que cabem no bolso do brasileiro, algo que fizemos em 2023. E o cancelamento no ano passado se concentrou em planos com ticket médio maior. Quando você olha a entrada de tickets menores, mas que implicitamente têm margens melhores, que é algo que buscamos, com produtos mais integrados, que priorizam a nossa rede própria, e os planos maiores que foram cancelados, estavam mais vinculados à rede credenciada, com margens mais apertadas. Portanto, há uma substituição por tickets menores, mas com margens melhores”, analisa.

Por fim, sobre o pagamento de dividendos, Adib destaca que a Hapvida focou na preservação do caixa ao longo de 2023. De acordo com a divulgação de resultados, a empresa encerrou dezembro com R$ 7,889 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações financeiras, quase 11% a mais que no 3T23.

Com isso, a dívida líquida caiu 3,2% na mesma comparação, para R$ 4,795 bilhões. A relação dívida líquida/Ebitda caiu de 1,58x para 1,38x entre setembro e dezembro.

“Temos um compromisso importante de verticalização em 2024, de realizar um Capex importante para qualificar nossa rede, e o lucro da empresa acaba sendo tratado para amortização contábil de nossas operações dos últimos anos. Com isso, não esperamos distribuir dividendos neste ano e nem para o ano base 2023”, finaliza.

Veja a divulgação dos resultados do 4T23, divulgados pela Hapvida nesta quinta-feira (28):

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