cupom taxa selic juros alimentados pelo super quarto matutino ibovespa

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O Copom reduziu a taxa Selic e aproveitou para alterar parte do comunicado para sinalizar novos reajustes de mesma magnitude nas próximas reuniões. (Imagem: Getty Images)

Os dias de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic podem estar contados. O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu o Seliclevando a taxa básica de juros ao nível de 10,75% ao ano.

A decisão já estava precificada pelo mercado, que também apostava em uma mudança no comunicado do Banco Central.

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O Copom aproveitou para sinalizar que “prevêem, caso o cenário esperado se confirme, uma redução da mesma magnitude na próxima reunião”.

Isso significa que o Banco Central deverá manter o ritmo de cortes em 0,50 p.p. na próxima reunião, marcada para maio. No entanto, os gestores devem avaliar em junho se o corte ficará no mesmo patamar ou se o Copom reduzirá os reajustes para 0,25 p.p.

Porém, João Savignon, chefe de pesquisas macroeconômicas da Kínitro Capital, destaca que, apesar de ter um tom mais duro do que o esperado, o texto do Copom não muda nada.

“A decisão de hoje não muda necessariamente o rumo da política monetária. Entendemos que o Copom foi mais Falcãomas que consegue continuar no ritmo de 50 bps por reunião, desacelerando apenas no segundo semestre, já que suas projeções de preços livres foram revisadas para baixo”, afirma.

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Qual é o futuro da Selic?

Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, também reforça que a declaração não altera a taxa de juros de longo prazo e segue em linha com as expectativas. Ele destaca ainda que a necessidade de mais dados para a tomada de decisões monetárias só acontecerá depois de maio.

“O comunicado não altera a taxa de juros de longo prazo, que acaba sendo influenciada por diversos outros fatores, como destaca o comunicado do Bacen sobre a dinâmica fiscal e o equilíbrio do risco de juros nos mercados desenvolvidos”, pontua.

Para o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, a autoridade monetária sugere que a incerteza aumentou, o que exige maior flexibilidade na condução da política monetária.

“A autoridade monetária parece ser mais conservadora do que o mercado esperava e de facto mostra uma maior propensão para continuar um ciclo de forma mais prudente e cautelosa na sua fase final”, afirma.

Suas projeções são de mais dois cortes de 0,50 pp, seguidos de um de 0,25. Com isso, a Selic encerraria o ano em 9,5%.

Veja o que preocupa o Banco Central

Além desta questão das próximas reuniões, o comunicado do Banco Central Trouxe também a visão do município sobre o cenário externo e a economia brasileira.

“O BC observa que há mais incerteza no cenário externo, com possibilidade de juros mais elevados nos países desenvolvidos, e, no cenário local, ainda há dinâmica pressionada na inflação subjacente. O tom cauteloso se traduz em uma postura mais cautelosa na comunicação das futuras decisões do Copom”, afirma Luca Mercadante, economista da Rio Bravo.

Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, lembra que o comunicado destaca o processo de desinflação em curso, com a inflação ao consumidor em trajetória decrescente e as expectativas de inflação para 2024 e 2025 em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente.

“Isto alimenta a minha confiança de que estamos no caminho certo para alcançar um ambiente económico mais estável e previsível. Isso é fundamental para estimular o investimento e o consumo, pilares do crescimento sustentável”, afirma.

“Vejo ênfase no Copom na importância da implementação de metas fiscais e na consequente necessidade de cautela na política monetária como um compromisso sólido com a estabilidade econômica de longo prazo”, acrescenta o economista.

Hora de investir?

Josiane Francisco, especialista em investimentos do Sistema Ailos, afirma que, em termos de investimentos no mercado financeiro, o cenário continua atrativo para renda fixa.

“A inflação no Brasil está atualmente em torno de 4,50% ao ano, o que significa que os juros reais, ou seja, a inflação descontada, estão acima de 6% ao ano. Os investimentos em renda variável também podem ser uma boa opção para investidores que têm maior apetite ao risco, pois os juros mais baixos favorecem as ações das empresas, principalmente as ligadas ao consumo interno”, pontua.

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