Na última segunda-feira (18), o ministro Fernando Haddad afirmou que o Ministério das Finanças prepara-se para lançar projeto de lei tributária sobre aplicações financeiras para avaliação de Casa Civil. Segundo ele, o texto foi acertado com o mercado e está maduro.
“Vamos encaminhar à Casa Civil um projeto sobre investimentos financeiros, pactuado com o mercado financeiro, para regular os rendimentos das aplicações financeiras. Enviaremos como fatura. Já estamos bastante maduros com o mercado financeiro, então podemos ter igualdade em relação às aplicações financeiras”, disse durante conversa com jornalistas.
- Quais são as melhores recomendações de investimento das maiores casas de análise e bancos do país? Money Picks analisou 20 portfólios recomendados para descobrir a resposta – veja aqui gratuitamente.
Haddad não deu detalhes sobre o projeto. Porém, Ricardo Fagundes, CFO da Multiplike, destaca que o objetivo da proposta deveria ser simplificar a tributação dos rendimentos das aplicações financeiras, visando alcançar a equidade nas impostos.
“Ele indicou que a iniciativa faz parte de uma série de projetos de lei que o governo está submetendo ao Parlamento para promover a reforma tributária”, afirma Fagundes. “Se a proposta envolver simplificação tributária, isso poderá beneficiar tanto os contribuintes quanto o governo. Uma base tributária simplificada tende a reduzir a carga administrativa e os custos de compliance para empresas e particulares, além de incentivar o investimento, a inovação e o empreendedorismo”, acrescenta.
Como eles se sentem em relação aos investidores?
Se o projeto traz igualdade entre os impostos, significa que diferentes tipos de investimentos são tributados igualmente, independentemente da escolha do investidor. Em outras palavras, a tributação de ações seria o mesmo que Tesouro Diretoe assim por diante.
Fábio Murad, sócio da Ipê Investimentos, afirma que a simplificação é vista como positiva para o mercado.
“Uma estrutura tributária mais clara e uniforme pode contribuir para a previsibilidade e segurança dos investimentos. Além disso, a transparência na tributação ajuda a reduzir os custos administrativos para as instituições financeiras e investidores, incentivando potencialmente o aumento da atividade do mercado financeiro”, afirma.
No entanto, para que funcione, o governo terá de rever a legislação fiscal para garantir uma tributação equitativa.
O governo tributará os dividendos?
No que diz respeito à tributação sobre os dividendos, que também faz parte do pacote de reforma do imposto sobre o rendimento, ainda são necessários mais estudos para evitar a dupla tributação. Só depois disso será enviado ao Congresso.
“Não podemos tributar (pessoa) legal e (pessoa) física adicionando as taxas. Nosso compromisso sempre foi manter a carga tributária estável”, afirmou.
Haddad destacou que o envio de uma lei única propondo todas as alterações necessárias ao Imposto de Renda é muito complexo. Portanto, o governo deve enviar ao Congresso várias propostas de lei separadas.