Os motoristas do Iniciativa Legislativa Popularar (ILP) que pede regularização extraordinária para estrangeiros na Espanha, endossado por 611.821 empresas, defenderam a medida nesta terça-feira no Congresso, antes de o projeto ser apresentado no plenário da Câmara. Os seus promotores exigem a regularização extraordinária do quase 500.000 migrantes que vivem e trabalham em Espanha, iniciativa que, recordaram, já foi realizada nove vezes desde 1996, cinco com governos do PP e quatro com o PSOE, as últimas há 18 anos.
Jorge Serranocoordenador do ILP para regularização extraordinária de migrantes, explica em ‘O sino‘ como nasceu esta iniciativa: “Este tipo de iniciativa é uma ótima forma de promover a participação dos cidadãos na política. Este nasceu num partido muito pequeno e juntou-se a organizações de movimentos de migrantes e, para começar, ao Igreja Católica Espanhola em todos os seus níveis desde a Conferência Episcopal, paróquias, escolas…” até reunir e ser apoiada por 900 organizações sociais “com um enorme espectro ideológico”.
Agustín Ndour é senegalês. Chegou há quase três décadas à Europa em busca de um futuro melhor. Ndour foi o primeiro a assinar o ILP para regularizar migrantes em Espanha
12 de março de 2024 – 14h14
Com mais de 600.000 assinaturas, todas estas organizações estão unidas no apoio a um texto legal para a regularização de estrangeiros que vivem em Espanha.
Por que a regularização dos migrantes é importante?
“Isso é uma questão de dignidade”, destacou Jorge Serrano como ponto a destacar. São todas aquelas pessoas que se encontram no nosso país e que trabalham sem qualquer tipo de contrato, podendo estar sujeitas a qualquer tipo de exploração laboral. “A situação é crítica e, Quando eles recebem a regularização, isso muda suas vidas para sempre.”.
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Há muitos sectores em que há necessidade de mão-de-obra e muitos empregadores enfrentam a dificuldade de não conseguirem contratar estas pessoas porque não se encontram numa situação regular: “Há muitas pessoas que teriam todo o prazer em contratá-las, mas não podem porque eles não fazem isso é possível. Neste momento, a única opção é esperar três anosprovar que moram na Espanha há três anos e iniciar o processo burocrático para obter uma autorização de trabalho”, explica.
Requisitos para regularização
Se esta proposta for adiante, poderão existir três condições que já foram incluídas em regulamentos extraordinários anteriores: “Que a pessoa tivesse mais de seis meses na Espanha credenciadoso que não tinha antecedentes criminais e que ele tinha um oferta de emprego firme de uma empresa que depois deve ser convertida em contrato.” Se essas três condições forem atendidas, a pessoa ficará regularizada.
Neste caso, se esta iniciativa for aprovada em Novembro deste ano, todas as pessoas que entraram em Espanha antes de Março, e cumpriram os requisitos, poderão regularizar a sua situação. “Portanto, não há efeito de chamada porque quem quisesse entrar agora não conseguiria”, esclarece Jorge.
Necessidade de regularização de migrantes em Espanha
O coordenador do ILP explica que “já existe uma campanha de todas as empresas do setor da construção dizendo que os fundos europeus poderão ser implementados se não houver uma regularização massiva dos migrantes ou se a formação profissional for promovida de forma exponencial. dentro de dois anos”, porque há centenas de milhares de empregos no nosso país que estão por preencher.
Além disso, salienta, esta situação não é incompatível com o desemprego, uma vez que “há desemprego num determinado setor e empregos noutro que não estão a ser cobertos”. Por esta razão, “Não é verdade que os regularizados vão competir com os espanhóis porque, realmente, o que existe é um défice deste tipo de perfis.”
Por último, Jorge Serrano lembra que o Fundo Monetário Internacional, a União Europeia e todos os meios de comunicação social concordam que “precisamos que centenas de milhares de pessoas por ano entrem no nosso mercado de trabalho para podermos sustentar o sistema de pensões”. E frase: ““Se realmente queremos a nossa pensão, é melhor tentarmos acolher estas pessoas.”.