As ações de MRV&Co (MRVE3) abriu o pregão nesta sexta-feira (01) com forte queda, de mais de 5%, com o mercado financeiro reagindo negativamente a resultados financeiros de quarto trimestre de 2023.
Porém, por volta das 14h55 (horário de Brasília), as ações reduziram drasticamente a queda para 0,7%, cotadas perto de R$ 7,60. No entanto, parece que os investidores já esperavam resultados “mais fracos”, segundo os analistas, com as ações a caírem pelo terceiro dia consecutivo.
Como resultado, MRVE3 está no caminho certo para fechar a semana em queda. Embora tenha fechado fevereiro com perdas de 3,3%. Desta forma, as ações cairão mais de 30% em 2024.
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Mercado analisa MRV com lupa
Mesmo que a construtora e incorporadora mineira tenha reduzido suas perdas, aumentado receitas e margens entre outubro e dezembro, a maioria dos analistas de bancos e corretoras considerou os números “fracos”.
Os analistas da Genial InvestimentosLuís Assis e Guilherme Vianna, comentam que os resultados não foram tão animadores.
Segundo eles, pelo lado positivo, a operação de incorporação no Brasil mostra que está a caminhar na direção certa, com a rentabilidade a regressar aos níveis históricos e a apresentar uma clara recuperação.
Novo espinho na lateral? Subsidiárias preocupam-se
No entanto, a desvantagem foram as três principais subsidiárias Urbano, Lugo e o norte-americano Résiaque corroeu os resultados contábeis, apesar do efeito neutro na geração de caixa.
“Até hoje nunca vimos o potencial de uma empresa consolidada quando todas as subsidiárias entregam resultados positivos ao mesmo tempo”, afirmam Assis e Vianna. Nesse sentido, a Genial espera que 2024 “seja digno” para as operações da MRV no Brasil. Ainda assim é ruim para Resia.
“Talvez em 2025 vejamos uma combinação de subsidiárias, com a manutenção de margens saudáveis nas operações brasileiras e uma queda no cap rate de propriedades residencial em EUA“, avaliam.
Analistas bancários ColheitaRafael Rehder, Luiza Mussi e Luiz Peçanha, reforçam que o saldo do quarto trimestre foi fraco, em que a maior parte dos números ficou abaixo de suas estimativas.
Para eles, a recuperação companhia de construção e desenvolvedor continua, à medida que novas vendas com margens mais altas e menor reconhecimento de ações de projetos lançados antes do segundo semestre de 2022 continuam a levar a margem bruta a níveis mais elevados.
Contudo, ressaltam que os resultados piores que o esperado de suas subsidiárias corroboram a reação negativa do mercado.
A Genial tem recomendação de compra para ações da MRV, com preço alvo de R$ 15. Ou seja, com potencial de quase 100% de valorização. O Safra também recomenda compra, mas tem preço-alvo de R$ 11,80, com potencial de valorização de 55%.
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Para o BBA, nem tudo é tão ruim quanto parece
Por outro lado, o analista imobiliário da Itaú BBADaniel Gasparete, avalia que os resultados corroboram a percepção de que a recuperação do construção você está no caminho certo.
Principalmente pela melhoria contínua da margem bruta e do valor bruto das novas margens de vendas.
Além disso, o analista vê espaço para melhor desempenho de Urba e Luggo, o que pressionou os resultados consolidados da MRV&Co.
“No geral, o resultado do quarto trimestre nos deixa confiantes no MRVE3. Vemos a empresa como uma boa opção para investidores dispostos a correr mais riscos em busca de maiores retornos”, pondera Gasparete.
A recomendação do BBA é de compra, com preço alvo de R$ 12.
Queda do MRVE3 no ano é preocupante; BTG deve rever números
Assim como os demais analistas, Elvis Credendio e Gustavo Cambauva, do BTG Pactualdestacam que os resultados ficaram abaixo do esperado em todos os aspectos.
Segundo eles, os números de lançamento e vendas foram razoáveis. Porém, o indicador de lucros e perdas (P&L) da empresa ainda sofre com os projetos lançados entre 2021 e 2022. “Como a MRV adiou a construção desses projetos, continuará prejudicando o P&L por um tempo”, acrescentam.
Porém, a equipe do BTG chama a atenção para a queda acentuada das ações da MRV no acumulado do ano, de 32% até o fechamento de ontem (29). Para eles, é um enorme desempenho inferior ao dos seus pares.
“Achamos que a falta de visibilidade sobre a recuperação da empresa e a fraca capacidade de curto prazo na dinâmica de lucros impede uma recuperação das ações”, comentam.
Diante disso, o BTG pretende revisar em breve os números da MRV. O banco tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17 por ação.