Antigo ponta de lança foi orientado pelo antigo técnico no FC Porto, no Tenerife e na Seleção Nacional; «um dos melhores treinadores da história do futebol português», afirma; o título europeu nos dragões e a aposta na formação
Domingos Paciência é um dos jogadores mais bem preparados para falar de Artur Jorge. Afinal, o antigo ponta de lança foi orientado pelo técnico no FCPortonão Tenerife (Espanha) e na Seleção Nacional, pelo que o conhecimento é profundo.
Em declarações exclusivas a E ELA FOIDomingos recorda as várias experiências que viveu com Artur Jorge, sendo que, em todas elas, houve um desígnio comum: a apreço pelo antigo técnico.
«Antes de mais, devo dizer que o falecimento de Artur Jorge é uma tristeza enorme e que lamento profundamente. Cruzámo-nos em vários momentos das nossas carreiras, em contextos diferentes, e além do futebol, recordo, acima de tudo, um homem muito caráter, extremamente sério, organizado e competente», começou por referir a também glória do futebol português.
«Estamos a falar de um treinador que marcou profundamente o futebol, tal como, de resto, também já tinha marcado enquanto jogador. Está entre os melhores treinadores da história do futebol português, disso não há a mínima dúvida. Só o facto de ter ganho a Taça dos Campeões pelo FCPorto diz bem do peso histórico que Artur Jorge teve e terá sempre. É uma referência», analisou Domingos.
Já depois de ter sido orientado orientado por Artur Jorge no FCPorto e na Seleção Nacional, Domingos Paciência também coincidiu com o técnico no futebol espanhol, mais concretamente no Tenerife. E, nessa altura, a experiência do treinador era ainda maior: «Nessa fase senti-o mais maduro e com uma abordagem diferente. Mas havia uma coisa que era exatamente igual aos anos anteriores, nomeadamente a ligação com os jogadores, de quem foi sempre muito próximo, algo que, no fundo, tranquilizava bastante os grupos de trabalho que liderava.»
E a admiração é tanta que Domingos ainda vai mais longe: «Foi sempre admirado por todos e arrisco-me a dizer que dificilmente algum jogador pode afirmar que não tenha gostado de ser treinado por Artur Jorge.»
A história de Artur Jorge e de Domingos Paciência confunde-se com a história do FCPortouma vez que ambos são referências eternas dos dragões, e também esse facto foi ressalvado pelo antigo goleador na conversa com o nosso jornal.
«O mister Artur Jorge foi um substituto do mister José Maria Pedroto. Saiu pela porta grande, na altura em que foi para França, depois de ter conquistado a Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1987, mas depois regressou para fazer a renovação do plantel que tinha sido campeão europeu. Nessa altura, foi extraordinariamente importante na forma como liderou um novo capítulo na história do FCPortonomeadamente com a aposta na formação, com nomes como eu, o Vítor Baía, o Jorge Couto, o Fernando Couto, o Bino, entre outros», finalizou Domingos Paciência.
