Sem Ronaldo (e com Messi durante 7 minutos), Al Nassr destrói Inter Miami

Os dois melhores de uma geração não jogam um contra o outro desde 2020 – deixem-nos ficar assim

Al Nassr e Inter de Miami jogaram há uns dias, na Arábia Saudita, e este podia ter sido só mais um evento entre dois campeonatos muito distantes, mas igualmente desesperados por nos convencer a vê-los. Só que estas são as equipas onde jogam Cristiano Ronaldo e Messi e adeptos de futebol por todo o mundo – especialmente em Portugal e na Argentina – podem tê-los longe da vista, mas não do coração.

Sem Ronaldo (e com Messi durante 7 minutos), Al Nassr destrói Inter Miami

Com ambos os astros lesionados, mas com Messi ainda em campo desde os 83′, o grande protagonista foi Talisca, em noite de grandes golos

Os dois melhores de uma geração (ou mais…) continuam a atrair muitos fãs, pelo que este jogo teve a maior atenção mediática possível. Muitos fãs de Ronaldo e Messi (não dos respetivos clubes…) significam muita receita, muita publicidade, muito dinheiro. O que ainda custa a aceitar é que tudo isto já significa muito pouco futebol.

Dos aplausos aos gritos: ‘duelo’ de planos entre Ronaldo e Messi (vídeo)Dos aplausos aos gritos: ‘duelo’ de planos entre Ronaldo e Messi (vídeo)

Realização focou os dois jogadores de seguida, no duelo entre Al Nassr e Inter Miami

O Al Nassr ganhou por 6-0, Cristiano esteve na bancada e Messi entrou uns minutos só para alguns não acabarem o jogo a chorar por não ver nenhum dos dois. Em campo estiveram vários artistas: Otávio marcou um golaço, Talisca fez um carta da mangaJordi Alba, Busquets e Luis Suárez andaram por lá. E, no entanto, onde foi parar a emoção de ver este jogo?

A última dança de Messi e Ronaldo não foi, assim, na Arábia Saudita, e não será de certeza nos Estados Unidos. O argentino e o português estão neste sapateado, um contra o outro, desde 2008, com o segundo ainda em Manchester. E temos de começar a perceber que a valsa daqueles Barcelona-Real Madrid tocou durante quase uma década, mas já não se ouve.

Os dois deram-nos a melhor coreografia para esses clássicos, tivemos direito a golos, assistências, picardias, rivalidade, emoção e futebol de outro mundo. Vimo-los todos por causa deles, e o resto nem era pouco.

E desde 2020 – naquele encontro furtuito entre Barça e Juventus na Liga dos Campeões – que não os vemos no mesmo campo (ignoro propositadamente um posterior amigável entre PSG e um conjunto de ‘ estrelas’ do Al Nassr e Al Hilal, poupemo-nos a isso).

Gostaríamos de ter tido um Portugal-Argentina no mundo do Catar, para que os dois pudessem disputar o troféu que lhes faltava, mas não tivemos essa sorte.

Portanto, chegados a 2024 – que é um ano que sempre soou a um futuro muito distante -, está na hora de olharmos para o presente de Cristiano e Messi: quem dera a muitos ter esta qualidade em qualquer momento da carreira, quanto mais aos 38 e 36 anos; mas deixem-nos estar ‘quietos’, lá na liga saudita ou na norte-americana, cada um no seu canto, com os vídeos promocionais – e propagandísticos – do turismo na Arábia Saudita, os milhões de seguidores nas redes sociais e as ainda existentes polémicas sobre os prémios individuais.

Podem parar de esforçar-se para os juntar. Já passámos por isso, foi incrível, não vale a pena estragar com ‘lambadas’ destas.

Obrigada por tanto, Messi e Ronaldo, fomos muito felizes convosco.

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