A guerra em Gaza continua desde o ataque do Hamas em Outubro, com bombardeamentos contínuos por parte de Israel, reféns ainda raptados e muita tensão política nacional e internacional. São muitos dados que chegam todos os dias, informações de ambos os lados do conflito. Um deles são os famosos túneis que Israel mantém e que ficam sob os hospitais da Palestina. Enquanto, por parte do Hamas, afirma-se que há mais de 25.000 vítimas em consequência dos bombardeamentos israelitas.
Esta quarta-feira, um testemunho humano esclareceu estes números, o de Aldo Rodríguez, um médico mexicano que, até poucos dias atrás, trabalhava nos hospitais de Gaza com os Médicos Sem Fronteiras. “Antes de Gaza estive na capital do Sudão e as situações são semelhantes, mas em Gaza o que é particular é o número de civis, crianças e bebés”, explicou o especialista ao Expósito. “Os hospitais estão lotados, parecem mercados ou cidades pequenas, porque não tem só pacientes, mas também familiares e pessoas que perdem a casa e acham que os hospitais são mais seguros e colocam quatro paus”.
Existem túneis sob os hospitais?
Aldo explica nos microfones do COPE que, durante o tempo que esteve em Gaza, ajudou tanto no hospital Nasser como durante cinco semanas em Al Aqsa. Assim, questionado sobre aqueles túneis que Israel afirma existirem sob os centros, o médico nega: “Nunca vi armas, nada de estranho, exceto hospitais cheios de pacientes”.
“Não sei se será uma guerra de propaganda, é a minha vez, como organização neutra, de testemunhar o que vi e o que sei nessas cinco semanas em que nunca vi um túnel ou uma arma, ao contrário de outros projetos em que eu fiz.” você percebe. “Não vi nada nessas semanas”, esclarece.
Aldo é cirurgião geral e explica em La Linterna que “praticamente 100% dos casos” que lhe chegaram foram ferimentos na cabeça devido aos bombardeios, além de amputações e fraturas muito graves. “No final de dezembro o material começou a escassear. Depois de vários telefonemas conseguimos medicamentos para sedação, mas é difícil, tem que improvisar recursos”, completa.
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O número de mortes nos atentados
Assim, um colaborador do programa fez-lhe outra pergunta direta, em contraste com a negação dos túneis: “Temos que considerar reais os dados do Hamas de mais de 25.000 vítimas?” Aldo garante que “eles ficam aquém”, porque sob os escombros “deve haver muito mais mortos”.
Com isto, ele dá um exemplo da sua experiência para ilustrá-la: “No terceiro dia em Nasser, um míssil caiu sobre um centro de refugiados onde supostamente deveríamos estar seguros. Em 15 minutos chegaram as ambulâncias e recebemos 130 casos, dos quais 70 já tinham perdido a vida e, desses, 30 eram meninas e meninos menores de 12 anos. “Isso é apenas um míssil.”