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Em 2023, 140.982 pessoas solicitaram refúgio ao governo do México por diversos motivos, como insegurança ou sentimento de serem perseguidas nos seus países de origem.

Este é o maior número registado em uma década, de acordo com as estatísticas mais recentes publicadas pela Comissão Mexicana de Ajuda aos Refugiados (Comar).

Durante 2013, o Comar registrou 1.295 pedidos. O número aumentou para:

  • 2.137 em 2014;
  • 3.422 em 2015;
  • 8.791 em 2016;
  • 14.587 em 2017;
  • 29.441 em 2018; e
  • 70.278 em 2019.

Em 2020, o número de refúgios caiu para 40.817, pois foi o ano em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência sanitária devido à pandemia de Covid-19 e a entrada nos países foi limitada.

Nos anos seguintes, o índice voltou a aumentar e chegou a ultrapassar os 100 mil pedidos anuais:

  • 129.585 em 2021;
  • 119.273 em 2022;
  • 140.982 em 2023.

De 2022 para 2023 o aumento foi de 21.709 solicitações.

Sandra Álvarez, diretora da ONG Sin Fronteras, disse à CNN que o aumento nos últimos anos se explica por vários motivos, como as atividades de grupos criminosos nos países da América Central, conflitos políticos, problemas econômicos e a intenção de muitas pessoas de solicitar refúgio no México para depois tentar ir aos Estados Unidos.

“A magnitude que mapeamos como organização da sociedade civil, e que temos identificado neste crescimento constante de 2018 até hoje, tem fatores diferentes dependendo do contexto”, afirmou a especialista.

Países com mais solicitações

Em 2023, os três países com mais solicitantes de asilo no México foram o Haiti, com 44.239 pedidos; Honduras, com 41.935; e Cuba, com 18.386.

Nos últimos três anos, essas três nações lideraram os pedidos de refugiados no México. Eles apenas alternaram posições: em 2022, por exemplo, Honduras ficou em primeiro lugar, seguida por Cuba e Haiti.

Álvarez afirmou que Sin Fronteras detectou que os requerentes do Haiti fogem da insegurança pública no seu país, dos efeitos do terremoto de 2010 e das alterações climáticas, acrescentando que muitos deles não conseguiram refúgio em outro lugar.

“[Acrescentaria] a falta de proteção que existe em outros países. Devemos lembrar que uma alta porcentagem dos haitianos que chegam já solicitaram asilo no Brasil ou no Chile”, explicou.

Em relação a Honduras, ela destacou que o principal motivo dos que pedem refúgio é a violência gerada pelo crime organizado, extorsão e violência de gênero, enquanto muitos dos migrantes de Cuba argumentam uma possível perseguição política.

A CNN contatou os ministérios das Relações Exteriores dos três países para comentários sobre o assunto e aguarda resposta.

Durante 2023, os outros países com mais pessoas que pediram refúgio no México foram, segundo números do Comar:

  • El Salvador, com 6.117;
  • Guatemala, com 6.111;
  • Venezuela, com 5.517;
  • Brasil, com 3.678;
  • Chile, com 3.489;
  • Colômbia, com 2.566; e
  • Afeganistão, com 1.744.

Refúgio no México

Assim que o governo do México recebe uma solicitação, a Comar a analisa e investiga cada caso para definir se concede ou não o status de refugiado.

Este estatuto é concedido quando um estrangeiro tem receios fundamentados de ser perseguido no seu país devido à sua raça, religião, gênero, pertencimento a um determinado grupo social ou opiniões políticas etc.

Ou então se fugiu de lá porque a sua vida, a segurança ou a liberdade estavam em risco devido a situações de violência generalizada, conflitos armados e violações dos direitos humanos, de acordo com a Lei dos Refugiados, Proteção Complementar e Asilo Político.

Segundo a Comar, no período entre 2013 a 2023 foram recebidos 560.608 pedidos de refúgio, dos quais o governo do México deu permissão a 115.410 casos.

Em outros 10.805 processos foi decidida a concessão de proteção complementar, quando as autoridades permitem que o requerente permaneça no México sem lhe conceder o estatuto de refugiado, e em 50.193 o pedido foi negado.

Os restantes pedidos ainda aguardam resposta.



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