Barra Sul, em Balneário Camboriú

Barra Sul, em Balneário Camboriú , onde estão os maiores residenciais do Brasil (foto: Divulgação)

O rompimento de uma viga de sustentação, que colapsou um edifício da Beira-Mar Norte, em Florianópolis, levantou questionamentos sobre riscos – especialmente em Balneário Camboriú, cidade onde estão sete dos maiores edifícios residenciais do país, e alguns dos maiores arranha-céus da América Latina.

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Para garantir a segurança dos gigantes, as construtoras em Balneário fazem investimentos milionários em testes antes, durante e depois da construção. Os prédios, quando entregues, recebem uma série de orientações de manutenção, que incluem inspeções a cada cinco anos, três anos, e a cada seis meses, dependendo da idade do edifício e dos equipamentos e estruturas a serem avaliados.

Um dos primeiros testes físicos é a sondagem de solo, para saber se o dimensionamento estrutural é adequado ao terreno. Mais tarde vêm os túneis de vento, em que maquetes construídas de acordo com os cálculos estruturais, em dimensão reduzida, são submetidas a condições extremas. A ventania projetada sobre a maquete permite verificar se a construção conegue ceder ligeiramente ao vento, de forma a proteger a estrutura sem causar desconforto para quem está no lado de dentro.

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Esse tipo de testagem avalia a segurança de toda a estutura do prédio. As vigas – onde ocorreu o problema em Florianópolis, segundo a Defesa Civil – têm a função de absorver as cargas da laje e distribuí-las para os pilares. Caso haja um desequilíbrio, pode haver problemas.

A lei municipal em Balneário Camboriú determina uma vistoria cautelar com cinco anos de obra entregue. Mas há outras normas nacionais que também precisam ser obedecidas pelos condôminos nos “supertalls”, os prédios muito altos.

– Costumo comparar com um carro de luxo. É preciso estar com as manutenções em dia para que ele tenha o desempenho projetado – diz o engenheri civil Rômulo Soares, que é o coordenador de Assistência Técnica da FG, construtora responsável por alguns dos mais altos residenciais do Brasil.

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A agenda de manutenções depende do tipo de edificação. No caso dos arranha-céus, há inspeções periódicas feitas a olho nu, por especialistas e outras com equipamentos específicos. As análises incluem, além da vistoria nos pilares e vigas, ensaio de percussão, que permite avaliar algum dano no revestimento de fachada, avaliação do sistema de vedação das esquadrias, e testes de estanqueidade nas redutoras de pressão – sistemas que diminuem a pressão com que a água circula pelos canos e chega às torneiras. Esta é uma vistoria que precisa ser feita semestralmente, durante toda a vida útil do prédio.

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– O risco de ocorrer um dano como houve em Florianópolis é baixíssimo, ínfimo, porque o sistema estrutural passa por vários softwares de dimensionamento – diz o engenheiro.

Segundo ele, os sinais de alerta estão em construções com erro de projeto, de materiais ou de execução, com falta de manutenção preventiva, ou obras internas feitas sem autorização ou acompanhamento de equipe especializada.

– Por isso a importância de sempre ter um profssional qualificado para acompanhr o condomínio, as obras, as reformas, e as inspeções que precisam ser feitas – afirma Rômulo Sores.

Veja imagens impressionantes do prédio com risco de colapso em Florianópolis:

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