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As primárias republicanas começam no dia 15 de janeiro com o caucus em Iowa e seis candidatos vão disputar a indicação do partido para concorrer contra Joe Biden no dia 5 de novembro de 2024.

O ex-presidente Donald Trump lidera todas as pesquisas de intenção de votos, deixando os outros cinco candidatos a uma distância praticamente impossível de ser revertida. Em compensação, o segundo lugar é disputado voto a voto pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley.

Quem são esses republicanos e qual a relevância de suas pré-candidaturas nestas primárias?

Ron DeSantis

Florida Governor and Republican presidential candidate Ron DeSantis speaks during a campaign visit to Cedar Falls Woman’s Club ahead of the caucus vote in Cedar Falls, Iowa, U.S., January 5, 2024. / REUTERS/Scott Morgan

Ron DeSantis cresceu em Dunedin, Flórida, e se formou na Universidade de Yale, onde foi capitão do time universitário de beisebol antes de ingressar na Faculdade de Direito de Harvard. Serviu como oficial na JAG na Marinha dos EUA, uma associação de advogados. Ele e sua esposa, Casey, têm três filhos.

DeSantis era um político desconhecido até que decidiu se candidatar para governador da Flórida em 2018. Admirador declarado do ex-presidente Donald Trump, sua campanha teve o objetivo de conquistar o apoio de Trump. E ele foi bem-sucedido.

Ele ganhou destaque nacional durante a pandemia de Covid-19: fez da Flórida um dos primeiros estados a reabrir escolas e tomou medidas para proibir bloqueios, derrubar a obrigatoriedade de máscaras e a exigência de vacinas.

Ron DeSantis se envolveu em uma briga pública com a Walt Disney Company, quando a empresa criticou os esforços do governo da Flórida para limitar o ensino sobre identidade de gênero nas escolas na campanha batizada por ele de “Don’t say gay” (“Não diga gay, em tradução livre). Ele tentou, ainda, reverter o status de distrito autônomo da Disney, o que foi respondido pela empresa como um processo e a desistência de construir um campus corporativo de quase um bilhão de dólares na Flórida, que abrigaria dois mil funcionários. Em uma manifestação sobre o caso, o CEO da empresa chegou a dizer que DeSantis não gostava de negócios.

Durante as eleições de 2022, DeSantis foi reeleito no primeiro turno com uma ampla vantagem (19%) do segundo lugar. Entre os eleitores conservadores ele era visto como um nome forte para a disputa à Casa Branca, mas o anúncio de sua candidatura só foi oficializado em maio de 2023 com a promessa de “reverter o declínio” dos Estados Unidos e ser o rosto da nova liderança do país.

Mesmo antes da oficialização de sua candidatura à indicação do Partido Republicano, DeSantis já aparecia como o único que poderia vencer Donald Trump nas primárias e sua popularidade crescia a cada dia. Na ocasião, era o único que já marcava dois dígitos nas pesquisas de intenção de votos.

Tudo mudou com o primeiro debate entre os candidatos republicanos à indicação do Partido. O desempenho do governador da Flórida ficou aquém das expectativas, segundo analistas. Enquanto os outros candidatos vociferavam críticas ao ex-presidente, com exceção do novato Vivek Ramaswamy, cuja lealdade a Trump ficou mais do que evidente, DeSantis relutou em condenar o Republicano.

Trump não teve a mesma consideração: não demorou muito para que o ex-presidente, percebendo a pontuação do governador da Flórida nas pesquisas, começasse a atacá-lo. A partir daí, as farpas entre os dois começaram a ganhar espaço e a popularidade de DeSantis nas pesquisas ficou estagnada. A avaliação de especialistas é que, nesta etapa da campanha, Ron DeSantis está exatamente no mesmo lugar em que começou a corrida para as primárias, mas agora, com uma rival à altura: Nikki Haley. 

Nikki Haley

Republican presidential candidate and former U.S. Ambassador to the United Nations Nikki Haley speaks during a campaign visit in Des Moines, Iowa, U.S. January 5, 2024. / REUTERS/Rachel Mummey

A trajetória de Nikki Haley para a indicação do partido Republicano é inversa à jornada de Ron DeSantis.

Quando a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU (durante a administração Trump) e ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, anunciou sua candidatura às primárias em fevereiro de 2023, muitos se perguntaram o porquê ela faria isso, dado o favoritismo do ex-presidente e um possível substituto forte.

Mas foi no final de agosto, durante o primeiro debate entre os pré-candidatos que aconteceu em Milwaukee, no Wisconsin, que Nikki Haley começou a chamar a atenção nacionalmente.

Demonstrando experiência, principalmente nas questões de política externa, e com uma atitude pragmática em relação ao aborto, enfatizando que uma proibição nacional não seria a melhor maneira de lidar com o assunto, Nikki Haley foi uma grata surpresa aos eleitores que buscavam uma alternativa a Trump.

Desde então, a campanha da ex-governadora da Carolina do Sul se empenhou em mostrar que ela é a melhor candidata para aqueles que não querem reviver o caos da última administração republicana. Os mais moderados do partido e os eleitores independentes passaram a lotar seus comícios.

Com a ascensão entre os pré-candidatos, Nikki Haley começou a receber o apoio de doadores importantes, como a Americans for Prosperity Action, a rede conservadora fundada pelos irmãos bilionários Charles e David Koch. 

A rede é bem financiada e o endosso traz à campanha de Haley os recursos necessários para que os eleitores indecisos (e os anti-Trump dentro e fora do Partido Republicano) possam votar na ex-governadora nas primárias.

Caso ganhe a indicação, Nikki Haley será a primeira mulher e a primeira de ascendência asiática-americana indicada pelo Partido Republicano.

Ainda há um longo caminho até a convenção Republicana, que acontece em julho deste ano, e a indicação oficial do candidato que disputará o cargo de presidente com Joe Biden em novembro.

Apesar de Ron DeSantis e Nikki Haley se alternarem no segundo lugar nas pesquisas mais recentes de intenção de votos, Donald Trump ainda é o favorito com mais de 50% da preferência entre os eleitores, mas os entraves legais podem acabar afetando sua popularidade e, consequentemente, sua campanha.

Até o momento, o cenário político dos Estados Unidos aponta para uma revanche entre Trump e Biden e a nova geração de líderes conservadores precisará esperar pela próxima eleição.

 



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