Carlos Alcaraz fará sua estreia nesta temporada no Aberto da Austrália sem ter jogado em nenhum torneio antes disso.
Três dos quatro primeiros colocados do ranking optaram pela mesma fórmula. O único que fez sua estreia oficial foi Novak Djokovic na Copa Unida, Jannik Pecador participou da exposição Kooyong Classic uma semana antes do primeiro grande e Daniel Medvedev participou da Liga Mundial de Tênis de Abu Dhabi em dezembro.
No caso do Alcaraz disputou cinco amigáveis. Com Tommy Paulo em 29 de novembro no México; uma segunda com Djokovic em Riade, em 27 de dezembro; um dia depois contra Roberto Bautista em Múrcia e já em Melbourne com Alex De Minaur e Casper Ruud.
Alcaraz, que baixou a potência dos remates na parte final de 2023, teve uma pré-época a trabalhar sob a premissa de “consistência sem perder velocidade da bola”.
Na última edição do Paris-Bercy, na partida perdeu na segunda rodada para a Rússia Roman Safiullina média do seu forehand era de 120 quilômetros por hora e a do backhand de 110. Na estreia em Torino esses recordes caíram: forehand 117 e backhand 106.
Na partida do TMS Shanghai contra Grigor Dimitrov, a velocidade média do backhand caiu para 101 quilômetros por hora. O tenista, após férias na Califórnia, iniciou a preparação no dia 8 de dezembro e não parou para o Natal.
Depois de uma primeira semana dedicada exclusivamente à vertente física, com a supervisão do seu treinador Alberto Lledofoi no dia 15 de dezembro que ele voltou a pisar na quadra para empunhar uma raquete.
“Treinamos cerca de uma hora e um quarto”, lembra Antonio Martínez Cascalesum dos três treinadores que supervisionaram seu treinamento, junto com Juan Carlos Ferrerofora da Austrália devido a uma artroscopia no joelho, e Samuel Lopez, presente na capital Victoria.
“Trabalhamos muito no saque e no resto”, diz ele. Velocidade não falta a Alcaraz: no Mutua Madrid Open rodou a 227 quilómetros por hora. É mais uma questão de percentual e de tática: “O saque aberto para o forehand deveria ser mais curto porque abre mais a quadra. .Não era uma questão de acertar cinco, mas sim de muitos seguidos”.
O melhor no Masters
A equipe do número dois tomou como referência o ATP Finals de Torino, onde foi o melhor dos oito participantes no saque. No resto do torneio, foi dada especial atenção a “acertar muitos saques bons consecutivos e ser mais consistente”.
Em seu jogo de base ele reafirmou a arma do backhand fatiado, que é tão útil em superfícies como a grama em Wimbledon.
Samuel López reafirma que “trabalhamos na linha que Juan Carlos queria. Tanto no saque como no resto, nos primeiros golpes, no avanço…”.
O bicampeão major sabe que precisa se aperfeiçoar dentro e fora da quadra: “Todo mundo pode melhorar dentro e fora da quadra e eu não sou perfeito. e sou distraído, pontualidade, ordem…”.
A nova versão do Alcaraz terá o primeiro teste esta terça-feira com Ricardo Gasquet no maior dos Antípodas. O veterano tenista francês traz boas lembranças ao jovem jogador de El Palmar. O único precedente entre os dois foi na final de Umag, em 2021. Significou o primeiro de seus 12 títulos.