“A gente saiu do maior sufoco”, diz familiar de brasileiro libertado de sequestro no Equador


Eric Lorran Vieira, irmão do brasileiro Thiago Allan Freitas, que havia sido sequestrado no Equador, aparece chorando em suas redes sociais: “conseguimos, meu irmão tá bem. Acabei de falar com ele”.

“A gente saiu do maior sufoco. Muito obrigado a todos vocês. Conseguimos salvar uma vida, tem noção disso?”, completou.

Em vídeos publicados no Instagram, o familiar da vítima agradeceu o apoio recebido. “Obrigado, gente. Todo mundo que falou, que correu atrás. Nosso governo também, nossas emissoras. Obrigado a polícia do Equador. Ele tá bem, ele tá bem”, fala, aos prantos, o irmão do brasileiro.

Eric conta que as autoridades estavam em contato com a família antes mesmo da notícia da liberdade de Thiago. “Meu irmão tá solto, tá com a família”. Eric conversou com o irmão por videochamada através da ligação de um policial equatoriano.

O filho de Thiago, Gustavo Freitas, também noticiou a liberdade do pai em suas redes sociais. Ele fez uma publicação em espanhol dizendo que Thiago já tinha sido resgatado e estava bem graças a todos que ajudaram de alguma forma.

O brasileiro Thiago Freitas havia sido sequestrado no Equador na terça-feira (9) e foi liberto pela polícia equatoriana nesta quarta-feira (10). A informação foi confirmada pela família e pelo Itamaraty.

Quem é Thiago Freitas

Nascido em São Paulo, Thiago tem 38 anos e vive no Equador há três. Antes de se mudar para Guayaquil, ele morou em Quito, capital do país, por um ano. No Brasil, ele também residiu em Balneário Camboriú (SC).

Thiago é dono da churrascaria La Brasa, que funciona em um espaço gastronômico de Guayaquil. Nas redes sociais, o restaurante diz oferecer “o melhor do churrasco brasileiro”.

Inicialmente, a churrascaria funcionava somente por delivery ou fazendo eventos contratados. A loja física no Bamboo Plaza foi aberta em outubro do ano passado. A decoração do espaço remete ao Brasil, com fotos de paisagens brasileiras na parede. Os funcionários usam roupas amarelas, em alusão ao uniforme da Seleção.

Além dos cortes e preparos típicos dos churrascos brasileiros, o restaurante oferece outros itens que fazem sucesso por aqui, como o pão de alho e a caipirinha.

Na capital paulista, Thiago teve uma empresa aberta em setembro de 2017 na modalidade empreendedor individual, cuja atividade registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo era “comércio varejista ambulante de produtos alimentícios prontos para o consumo”.

O sequestro

Segundo o conselheiro da Embaixada do Brasil em Quito, Afonso Nery, o sequestro de Freitas aconteceu “quando ele saiu para visitar uma loja de carros usados”.

“Houve um silêncio muito longo, quando, de repente, o filho recebe uma ligação do telefone do pai, mas o pai estava com os olhos vendados e as mãos amarradas dizendo que havia sido sequestrado e os sequestradores pediam um resgate”, prosseguiu.

Nery diz que o resgate era de um valor, e após uma conversa do filho com os sequestradores, ficou pela metade.

“O filho, então, entrou nas redes sociais como uma espécie de vaquinha e conseguiu arrecadar um montante ainda longe daquela metade da qual os sequestradores haviam concordado”, explica.

O conselheiro acredita que o sequestro do brasileiro Thiago Allan Freitas não deve ter relação com a onda de violência que o Equador enfrenta.

Entenda a crise no Equador

A onda de violência no Equador iniciou após um dos líderes do grupo criminoso Los Choneros ter fugido de uma prisão em Guayaquil.

Na tarde de terça-feira, um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil. A invasão foi capturada pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos.

Segundo o governo do Equador, mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários são mantidos como reféns por detentos, nesta quarta-feira (10), em pelo menos cinco prisões do país.

Na noite de terça, o presidente Daniel Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país.

No texto do decreto, o governo qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 organizações.



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