Pedro Lucas desapareceu no dia 1º de novembro, em Rio Verde (GO)


Resumo
Ossada encontrada em mala pode ser do menino Pedro Lucas Santos, desaparecido desde novembro, segundo a Polícia Civil de Goiás. O padrasto do menino foi preso durante as investigações.




Pedro Lucas desapareceu no dia 1º de novembro, em Rio Verde (GO)

Pedro Lucas desapareceu no dia 1º de novembro, em Rio Verde (GO)

Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil de Goiás encontrou nesta segunda-feira, 8, uma ossada dentro de uma mala, que pode ser do menino Pedro Lucas Santos, de 9 anos. A criança está desaparecida desde novembro.

Os investigadores chegaram até os restos mortais após denúncia anônima, que indicava o córrego Abóbora, próximo a Rio Verde, como pista. O padrasto do menino foi preso logo após a pollícia chegar à ossada, que não estava completa.

Segundo a perícia, a ossada pode ter sido fragmentada em várias bolsas, ou animais podem ter se alimentado de partes do corpo. No entanto, há suspeita de que seja de uma criança ou adolescente, por ser de pequeno porte; O laudo da perícia irá determinar se o corpo é de Pedro Lucas, por meio de exame de DNA. 

As autoridades investigam o sumiço da criança desde o dia 5 de novembro, quando a mãe e o padrasto foram até a delegacia para registrar o caso. No entanto, ao relatar o que estava acontecendo, a polícia soube que Pedro não era visto há pelo menos quatro dias, o que levantou a suspeita da equipe. 

“Na ocorrência, eles relatam que o menino desapareceu no dia 1º, e não procuraram antes porque a avó do menino mora na fazenda e acreditavam que ele estaria lá com ela. Quando ela retornou no dia 5, eles perceberam então que o menino não estava com ela e começaram a procurar. Isso foi a primeira versão que eles apresentaram”, afirmou o delegado Adelson Candeo, da 8º Regional, durante uma coletiva de imprensa nesta terça, 9.

No entanto, a versão não se sustentou. Ao conversar com a avó, as autoridades descobriram que ela não estava na fazenda naquele período.

Além disso, encontrou mensagens do padrasto do menino no celular dela, perguntando sobre Pedro Lucas já no dia 1º de novembro. Outro fato que reforçou o alerta da polícia é que os dois descreveram roupa diferente da que o menino usava no dia do desaparecimento, conforme registro de imagens às quais a polícia teve acesso. 

Segundo o delegado, a ocorrência só foi registrada após uma denúncia ao Conselho Tutelar, feita por um amigo da família.

“Não fosse por essa ação, talvez até hoje não existiria a ocorrência de desaparecimento do Pedro Lucas. Aparentemente, a família não queria que a polícia tomasse conhecimento do desaparecimento do garoto”, detalha o delegado. 

Comportamento estranho e evidências

Candeo aponta que todo o comportamento da mãe e do padrasto não era o de pessoas que tinham uma criança desaparecida. Nas oitivas, uma amiga de Pedro Lucas, uma criança de 10 anos, relatou que ele apanhava dos dois, e que o homem sentia ódio do menino.

“Inclusive ela diz: ‘O padrasto dele odiava ele. O Pedro ficava chorando lá no canto do quarto dele, o Pedro falava que o padrasto era chato, feio e que nunca queria ter ele na sua vida. Eu sei que o padrasto e a mãe batiam nele de cinta, porque eu via as marcas nas costas dele’. Ela inclusive fala que ele só usava camisetas finas, e era possível sentir as marcas até ao toque por cima das camisetas”, ressalta o delegado. 

Enquanto a polícia realizava diligências para concluir o caso, foi realizado o exame de luminol na casa da família. O delegado informou que havia maior concentração de sangue em volta da cama, e pouca no chão e no tanque.

“Muito sugestivo de que alguém pudesse ter limpado esse sangue e lavado depois no tanque o pano. Após a realização desse exame, o padrasto passou a ter um comportamento diferente. Ele se apresentou mais agressivo, dizendo que sairia do estado. Isso foi trazido para a investigação, e foi determinante para a prisão temporária”, revela. 

Linha do tempo

Outro fato que corroborou para a prisão do suspeito, é a linha do tempo dele no dia em que Pedro Lucas sumiu. A polícia encontrou uma janela de 45 minutos entre a saída do trabalho e a ida até a escola para buscar o irmão da vítima. A investigação acredita que supostamente foi nesse tempo que o menino foi morto. 

Também chama a atenção da polícia é que aquela foi a primeira vez que o homem buscou o irmão de Pedro Lucas na escola. Inclusive, a professora não conhecia o homem, e não queria entregar a criança. “Por que o padrasto vai buscar o menino naquele dia? Como ele sabia que Pedro Lucas não iria?”, questiona o delegado. 

Candeo friza que ele não se atrasou e nem recebeu uma ligação para buscar a criança. Diante desses indícios, a Polícia Civil pediu a prisão temporária dele por homicídio qualificado contra menor de 14 anos e ocultação de cadáver.

O Terra não conseguiu localizar a defesa do suspeito até o momento, mas o espaço permanece aberto para manifestações. 



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