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No fim da tarde desta quarta-feira (10), manifestantes se reuniram em frente ao Theatro Municipal na capital paulista para o primeiro ato contra o aumento da tarifa desde que o governo Tarcísio implementou a passagem de R$5 para metrô e trem, em 1º de janeiro.  

A medida vai na direção oposta de experiências de tarifa zero, que já são realidade em 87 cidades do Brasil. Contrasta também com a gratuidade na passagem de ônibus aos domingos, implementada na cidade de São Paulo pela prefeitura em dezembro.  

Convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o ato reivindica mais do que a reversão dos R$ 0,60 incorporados à tarifa do transporte sobre trilhos e do aumento da passagem dos ônibus intermunicipais. “Exigimos um modelo de tarifa zero que seja financiado com tributação progressiva, empresas remuneradas por quilômetro rodado e não por catraca rodada, um transporte de qualidade e com participação popular”, afirma a convocatória do movimento. 

“Estamos na rua porque acreditamos que o transporte deveria ser um direito gratuito. Está previsto inclusive na Constituição enquanto um direito social, como educação e moradia. A cada vez que a tarifa aumenta, mais pessoas deixam de usar o transporte, o que implica numa política de segregação espacial”, afirma Maria*, integrante do MPL. 

Em panfletos distribuídos à população que circulava pelo centro, o movimento convocou o segundo ato contra o aumento. Será em 18 de janeiro, quinta-feira, às 17h na praça da República.

Tarifa e privatizações

A largada da luta contra o aumento da tarifa acontece na esteira de ações de trabalhadores do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) contra as privatizações destes setores pretendidas por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Greves unificadas, plebiscito popular e demissões de metroviários marcaram o ano de 2023 em São Paulo e as mobilizações não devem cessar.

Para Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários e um dos oito grevistas demitidos no ano passado, “o aumento da tarifa é para privilegiar os grandes empresários e torna mais viável a privatização. A tarifa mais cara do Brasil é a do Rio de Janeiro, onde o transporte já é privatizado há muito tempo. Então uma luta tem tudo a ver com a outra”. 

Maria ressalta que, para além do aumento, o ato tem como pauta a luta contra a venda de empresas públicas. “O governador Tarcísio de Freitas vem impondo uma política de privatizações de vários direitos. Teve a água com Sabesp, mas também o transporte. A gente tem a privatização das Linhas 4 e 5, mas não posso deixar de citar as linhas 8 e 9 que desde que foram privatizadas estão com uma série de falhas. É um serviço cada vez mais pecarizado, tanto para o usuário quanto pro trabalhador”, expõe a militante do MPL.

Luísa* é geógrafa e depende do transporte público para se locomover. Ficou sabendo do ato pelas redes sociais e compareceu, a despeito da previsão de tempestade. “É muito caro o transporte e está muito ruim. Os trens estão um absurdo. Para quem usa trem da Via Mobilidade, todo dia tem problema, você chega atrasado”, critica.

*os nomes são fictícios. Os nomes reais foram omitidos para não expor as fontes.

Edição: Thalita Pires






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