Imagens revelam como foi a madrugada de jovens mortos em BMW em Balneário Camboriú

(Fotos: Globo, Reprodução)

Novas imagens revelam como foi a madrugada dos quatro jovens mortos dentro de uma BMW na rodoviária de Balneário Camboriú no dia 1º de janeiro. As gravações das câmeras de segurança mostram o grupo algumas vezes do lado de fora carro e até um deles amparando o outro quando passava mal. Os vídeos apontam o momento que a jovem sobrevivente percebe que a situação dos amigos é grave.

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O relógio marcava 3h14min quando a BMW chegou à rodoviária. Nicolas Kovaleski, de 16 anos, saiu para receber a amiga Geovana Campos que chegava de viagem. Ela vai até o carro e o grupo conversa. É quando os quatro teriam reclamado de mal-estar. Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, também aparece caminhando, aparentemente com dificuldades, e se encosta em um pilar.

Geovana vai e volta do carro algumas vezes. Em uma delas aparenta estar com uma garrafa de água na mão. Às 3h37min, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, é tirada do carro no colo de Gustavo. Na sequência Nicolas se junta a eles na calçada. Depois a jovem é levada ao banheiro e na volta embarca mais uma vez no carro. Enquanto isso, Gustavo e Nicolas caminham pelo pátio da rodoviária.

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São 3h56min quando os dois voltam para a BMW. Uma hora se passa e as imagens mostram Geovana na calçada enquanto os quatros seguem dentro do carro, com o ar-condicionado ligado. Às 6h59min, o vigia se aproxima do veículo, olha pela janela e depois volta para a guarita. Catorze minutos depois, Geovana abre a porta de trás do carro, depois a da frente do carona. Ela ergue às mãos à cabeça.

Geovana pede ajuda de outros passageiros. A essa altura, a rodoviária já tinha bastante gente. São 7h29min nas câmeras quando as equipes do Samu começam a chegar. Segundo a médica Monique Fuscaldo, os quatro já estavam sem sinais vitais. Com ajuda de populares, as vítimas foram colocadas no chão e, por 40 minutos, os socorristas tentaram reverter a parada cardiorrepiratória.

Os quatro são declarados mortos no local.

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A principal linha de investigação aponta que Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, 19, Nicolas Oliveira Kovaleski, 16 anos, e Tiago de Lima Ribeiro, 21 anos, morreram intoxicados por monóxido de carbono. As autoridades acreditam que o gás vazou por uma ruptura na conexão do cano de escape com o motor, para dentro do canal do ar-condicionado.

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Segundo a polícia, os quatro ficaram por cerca de três horas no veículo ligado. A expectativa é de que ao longo dessa semana os laudos fiquem prontos e o inquérito seja concluído.

Vídeo revela vazamento que pode ter provocado mortes

Relembre o caso

Os quatro jovens morreram na manhã desta segunda-feira (1º). O Samu encontrou as vítimas em parada cardiorrespiratória dentro de uma BMW no estacionamento da rodoviária de Balneário Camboriú, onde tinham ido buscar Geovana, namorada de Gustavo. Com ajuda de populares, eles foram colocados na calçada para receber socorro. Após 40 minutos de tentativas de reanimá-los, eles faleceram.

Geovana contou que os amigos chegaram à rodoviária por volta das 3h15min reclamando de enjoo e tontura. Como o trânsito congestionado para voltarem à Grande Florianópolis, onde moravam, os jovens decidiram ficar dentro do carro, com o ar-condicionado ligado, até melhorarem. Ela teria optado por esperar do lado de fora do veículo e às 7h foi ver como eles estavam. Nesse momento teria visto o namorado sangrando pela boca e os demais com olhos avermelhados.

Ela pediu ajuda para ligar para o Samu, que disse ter chegado ao local em oito minutos. Todos foram declarados mortos ainda na rodoviária. Segundo o relato de Geovana, o intervalo entre a última vez que falou com os amigos até o momento de perceber que eles não estavam respirando seria de aproximadamente 40 minutos, conforme a Polícia Civil. Imagens das câmeras de segurança da região foram solicitadas para perícia.

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A polícia fez coleta de exames para esclarecer o que levou às paradas cardiorrespiratórias. Entretanto, uma análise prévia da BMW indicou que houve um vazamento entre o motor e o painel do carro, possivelmente causando intoxicação e asfixia por monóxido de carbono. Familiares teriam contado na delegacia que recentemente houve customização do escapamento do carro. Os corpos não tinham sinais de violência e a Polícia Militar disse não ter encontrado vestígios de álcool e drogas no carro.

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