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As buscas pelo helicóptero que desapareceu no litoral paulista chegam neste sábado (6) ao sexto dia. A aeronave decolou no domingo (31) de São Paulo e iria para Ilhabela quando sumiu dos radares.

Nesta sexta-feira (5), em entrevista à CNN, o tenente-coronel Emanuel Garioli, comandante do Esquadrão Pelicano da Força Aérea Brasileira (FAB), afirmou que não há uma data prevista para que as buscas sejam encerradas.

“Normalmente, quando somos acionados em busca, a meteorologia não é favorável. Temos também um relevo montanhoso e a Mata Atlântica densa. Junto com isso, ainda temos uma aeronave pequena e na cor cinza”, disse o oficial.

Garioli explica que, ao encontrar uma situação desfavorável durante a rota – como a presença de nuvens –, o piloto, normalmente, não segue em linha reta ao seu destino. “Ele tenta desviar desse tempo ruim”, detalha.

Esses possíveis desvios fazem com que a FAB trabalhe em uma área muito grande para fazer as buscas. Segundo a corporação, as equipes de resgate fazem a varredura em uma área de 5.000 metros quadrados.

Da parte da FAB, a operação de resgate é feita com o avião SC-105 Amazonas. A aeronave tem sobrevoado as regiões do Vale do Paraíba e do litoral norte atrás de algum sinal do helicóptero.

“A gente sobrevoa várias vezes devido às características do helicóptero. Por ele ser pequeno, pode ser que a gente aviste ele em apenas uma posição. Tudo isso baseado em informações coletadas”, explica Garioli.

O avião que é usado nas buscas é equipado com um radar com capacidade de alcance de até 360 quilômetros e tem um sistema de comunicação via satélite que possibilita o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos em baixa altitude.

A aeronave conta também com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. “Isso permite realizar buscas pelo calor, permitindo detectar, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar”, diz a Força Aérea.

“Agulha no palheiro”

A Polícia Militar de São Paulo também participa das buscas pela aeronave desaparecida. Nesta sexta, também em entrevista à CNN, o major Joscilênio Fernandes, da PM paulista, afirmou que a operação é “como procurar uma agulha no palheiro”.

Fernandes também considera que a maior dificuldade na operação está nas condições climáticas, que não são favoráveis desde o dia do desaparecimento. Além disso, a região é montanhosa, o que dificulta a visualização da aeronave.

“O helicóptero é cinza, e se ele tiver debaixo das árvores, uma vegetação espessa, fica muito mais difícil o trabalho visual, por mais que a gente seja treinado para isso e estejamos voando baixo”, afirma Fernandes.

Helicóptero tentaria pousar em Ubatuba

Um dos passageiros do helicóptero, o empresário Raphael Torres, 41, enviou uma mensagem de voz ao filho na tarde de domingo dizendo que o tempo estava ruim em Ilhabela e que a aeronave tentaria pousar em Ubatuba.

“Filho, eu vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba porque Ilhabela está ruim, meu. Não consigo chegar”, disse. Ao fundo, é possível ouvir o barulho do motor do helicóptero.

Segundo a nutricionista Herika Torres, irmã de Raphael, a mensagem foi enviada por volta das 14h25. Esse foi o último contato feito pelo empresário antes do desaparecimento da aeronave.

Também no domingo, outra passageira, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, enviou mensagem ao namorado relatando que o equipamento havia feito um pouso de emergência e que havia muita neblina naquele momento.

Ela disse estar com medo e acrescentou que o helicóptero tentaria retornar. A jovem não soube precisar o local onde o grupo estava.

Quem estava a bordo

Raphael havia convidado para o voo a amiga Luciana Rodzewics, 46, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20. Elas fariam um “bate-volta” em Ilhabela.

Pouco depois da decolagem, Luciana postou um vídeo no Instagram da loja mostrando o momento em que o helicóptero com as quatro pessoas a bordo sobrevoava a capital paulista.

O helicóptero, um Robinson R44 fabricado em 2001, era pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos. Ele teve sua licença e as habilitações cassadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa de “condutas infracionais graves à segurança da aviação civil”. A agência reguladora diz que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.

“Cassiano Tete Teodoro foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino”, acrescenta a Anac.

Ainda de acordo com a agência, “em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)”. “Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros”, finaliza a Anac.

A advogada Érica Rodrigues Zandoná, que representa o piloto, diz que “a defesa se resguarda o direito de não comentar até averiguar todos os fatos junto ao seu cliente”.

Vídeo: Cor do helicóptero também atrapalha na busca, diz especialista

(Publicado por Fábio Munhoz)





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