Há poucos meses atrás, quando ficou claro que Hutchinson não participaria do segundo debate, várias pessoas próximas a ele, que receberam anonimato para falar livremente, começaram a sugerir que ele explorasse outras opções para sua vida pós-governamental. Ele poderia facilmente conseguir um trabalho de comentarista pago. Ele poderia se tornar um substituto em tempo integral de outro candidato republicano. Ele poderia começar a trabalhar para abrir um Centro Hutchinson para a Democracia na Universidade de Arkansas. Ele poderia jogar golfe todos os dias.
Sua campanha se ofereceu para marcar telefonemas para ele com outros candidatos, caso Hutchinson considerasse sair e apoiar outra pessoa, de acordo com uma pessoa com conhecimento dessas conversas.
Apesar da falta de dinheiro para a campanha, Hutchinson estava decidido a pagar a taxa de US$ 25.000 no início deste outono para conseguir uma vaga nas eleições primárias da Flórida – que também incluía uma vaga no palco para um evento organizado pelo Partido Republicano da Flórida. A campanha já havia dispensado um funcionário e fechado seu escritório em Bentonville, Arkansas, segundo uma pessoa com conhecimento das operações da campanha. Antes do evento na Florida, o gestor de campanha de Hutchinson, Rob Burgess, afastou-se da campanha devido a divergências sobre como – e se – proceder com uma candidatura presidencial. Hutchinson ainda decidiu subir ao palco, onde enfrentou intensas zombarias por falar sobre os problemas jurídicos de Trump.
Burgess, numa entrevista, sugeriu que a resposta não deveria ter sido surpreendente.
“Asa Hutchinson teria sido um grande candidato em 2012. Ele se encaixaria perfeitamente no partido de 2008 e 2012”, disse ele. “E agora ele se encontra concorrendo à presidência como um conservador de Reagan, numa época em que o conservadorismo de Reagan não é mais legal.”
Poucas pessoas discordarão de que Hutchinson é bem credenciado e também gentil e amigável. Até mesmo um funcionário do sindicato Teamsters, onde Hutchinson se reuniu com dirigentes e membros comuns em DC (até agora, o único candidato presidencial republicano a fazê-lo neste ciclo) no dia seguinte ao seu jantar e visitas ao Rotary, descreveu-o para mim como “muito legal”.
“Ele é um cara extremamente legal, pessoalmente”, disse-me Dave Carney, o veterano estrategista republicano de New Hampshire. “Só não sei como ele encara a situação e diz ‘aqui está o meu caminho’. Não há caminho para ele.”
Quando sugeri a Carney que Hutchinson queria forçar uma conversa sobre o futuro do Partido Republicano, ele respondeu com uma resposta menos simpática.
“Eu também tenho algo a dizer, mas ninguém dá a mínima para o que eu penso”, disse Carney. “Posso ficar na varanda da frente e gritar por uma hora e ninguém vai prestar atenção.
“Isso é uma coisa séria. Ser presidente dos Estados Unidos é algo sério”, continuou Carney. “Se você acha que Trump é o bastardo malvado que você diz que ele é, então o que você está fazendo? ‘Arruinando nossa democracia’, diga o que quer que o governador Hutchinson diga – se você acredita nisso, você o está ajudando permanecendo.”
